Segundo etapa de júri do caso Ronei Jr. é marcado por depoimentos das vítimas

Segundo etapa de júri do caso Ronei Jr. é marcado por depoimentos das vítimas

Pai de adolescente assassinado em 2015 foi ouvido e se emocionou ao relembrar agressões


Correio do Povo

Estão sendo julgados Alisson Barbosa Cavalheiro, Geovani Silva de Souza e Volnei Pereira de Araújo

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O segundo júri do caso Ronei Jr. começou nesta segunda-feira em Charqueadas, com a formação do Conselho de Sentença e a oitiva de Richard Saraiva de Almeida, um dos feridos no ataque. A pedido dele, o depoimento não foi transmitido ao vivo pelo canal do TJRS no Youtube e também não teve a presença dos réus no plenário. Pela parte da tarde, foram ouvidos Ronei Wilson Faleiro, Franciele Wienke, amiga de Ronei Júnior, o delegado Rodrigo Reis, o vigia Leandro de Souza Silveira e mais três testemunhas que não tiveram os nomes divulgados pelo TJ. O Conselho de Sentença é formado por cinco homens e duas mulheres. O julgamento é presidido pelo juiz Jonathan Cassou dos Santos. A sessão foi encerrada às 20h39min. Ela será retomada na manhã desta terça-feira. 

Estão sendo julgados Alisson Barbosa Cavalheiro, Geovani Silva de Souza e Volnei Pereira de Araújo. Eles respondem pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, associação criminosa e corrupção de menores. Alisson é defendido pelas advogadas Aline Hilgerd e Paula Suso Kisner, e Geovani e Volnei, pelo defensor público Alisson de Lara Romani. Pela acusação, atuam os promotores de Justiça Anahi Barreto, João Cláudio Pizatto Sidou e Eugênio Paes Amorim. 

Em seu depoimento, Richard recordou os momentos que antecederam a morte de seu amigo. “Na saída, o Ronei Jr. estava mais atrás. O Jonatha tentou me dar um soco e eu consegui desviar. Sentei no carro e tentei puxar ele (Ronei Jr.), mas os caras puxavam pra fora dando muitos socos”, contou. “Lembro do Peterson batendo nele e eu puxava Ronei Jr. para dentro e tinha mais dois atrás batendo nele. Eles estavam com maldade, não era só pegar o Richard”, afirmou. A defesa do réu Alisson, também fez perguntas para Richard. A testemunha foi indagada sobre o último momento em que recorda de ter visto o réu Alisson. Richard disse que foi na festa. 

O defensor público Alisson de Lara Romani fez mais perguntas a Richard. A primeira foi sobre o reconhecimento dos réus que ele defende. Romani pergunta a que distância estava o outro grupo do carro e disse: “Se todos tivessem batido em vocês, vocês não teriam saído dali”, comentou o defensor. Francielle, a testemunha que veio a seguir, narrou como foi a saída da festa. “Volnei batia tentando quebrar o vidro da porta do carona”, disse Francielle sobre o momento das agressões. Em relação a Alisson, ela confirmou que teve um relacionamento com ele no passado. “Falei com Alisson no início da festa para eles não fazerem confusão”, disse. Porém não adiantou. “Do jeito que podiam, eles atacavam. As agressões só cessaram quando Ronei pai arrancou o carro”, recordou. 

Ronei Faleiro contou que levou muitas garrafadas. “Quando consegui arrancar o carro, perguntei se todos estavam bem. ‘Pai, eu tô cortado’, me disse Jr. Seguimos para o hospital, mas não tive coragem de chamar minha esposa. Não era justo para uma mãe que estava esperando o filho em casa.”

“Pai, jura pra mim que tu tá bem”. Foi a última frase que Ronei ouviu do filho. Depois disso, o menino perdeu a consciência. Uma médica disse que não teriam os recursos necessários para o atendimento e que Ronei Jr. precisava ser transferido. O que foi feito, mas algum tempo depois, já em um hospital em Porto Alegre, o jovem morreu. 

O delegado Rodrigo Reis foi o próximo de prestar depoimento, esclarecendo pontos da investigação. No início da noite, por determinação do magistrado, uma mulher foi ouvida como informante, pois teve um relacionamento com um dos réus. O depoimento não teve transmissão pelo Youtube. O outro depoimento também não teve transmissão ao vivo. Os nomes das duas testemunhas não foram divulgados pelo Tribunal de Justiça. 

O vigia Leandro de Souza Silveira, que trabalhava como segurança de um supermercado situado em frente ao clube, contou o que presenciou na madrugada do crime. Uma testemunha, convocada pela defesa de Alisson, foi a última a prestar depoimento. Este também não teve transmissão ao vivo. 


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