Segurança Pública faz ações de proteção preventiva da mulher

Segurança Pública faz ações de proteção preventiva da mulher

Iniciativa envolveu Porto Alegre e outros 34 municípios da Região Metropolitana

Correio do Povo

Ações de prevenção e repressão foram deflagradas em 34 cidades da região Metropolitana

publicidade

Com 960 agentes em 375 viaturas, a 3ª Operação Integrada Metropolitana, envolvendo os órgãos da segurança pública , foi desencadeada na manhã desta quarta-feira em Porto Alegre e outros 34 municípios. O foco da ação foi a proteção preventiva e combate à violência contra a mulher, em especial o feminicídio, em todos níveis. Os alvos foram definidos com base nas chamadas feitas ao Disque-Denúncia 181 que permitiu a identificação dos casos de maior gravidade e necessidade de urgência. “O objetivo é realmente fortalecer essa rede de proteção à mulher. O inédito é fazer essa ação integrada dentro do programa de governo RS Seguro”, afirmou o secretário adjunto da Segurança Pública do Estado, coronel Marcelo Frota. “Ela visa ampliar essa informação para que as gaúchas saibam que tem essa rede de acolhimento”, observou. A ação teve apoio de outras instituições que integram a Rede Lilás.

A Polícia Civil e Brigada Militar foram mobilizadas na 3ª Operação Integrada Metropolitana. Em Porto Alegre, os policiais civis atuaram em 20 locais onde residem mulheres que pediram socorro ao 181 em uma situação de urgência. “Essa operação é extremamente importante não só de repressão, mas principalmente de prevenção no enfrentamento da violência contra a mulher. É uma operação integrada de todos os atores dessa rede de proteção e da segurança pública”, declarou a delegada Tatiana Bastos, titular da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Porto Alegre. “Precisamos incentivar as denúncias...incentivar que as mulheres peçam ajuda e procurem os órgãos de segurança pública”, enfatizou. 

Em todo o Rio Grande do Sul já existem 22 DEAMs, mas a meta é que as Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPAs) também tenham servidores capacitados para atenderem os casos de violência contra a mulher.

Visita de PMs em 140 locais de Porto Alegre 

 Já os policiais militares estiveram em 140 locais da Capital. “A BM realizou visitas às vítimas de violência domésticas que tiveram as medidas protetivas deferidas pelo Poder Judiciário. São mulheres que já deram o primeiro passo ao fazer o registro e denunciar o agressor, além de buscar apoio dos órgãos de segurança. Os policiais militares são capacitados para perceberem qualquer tipo de violência que a mulher esteja mesmo que ela não relate naquele momento. Todos os relatos são passados à rede de proteção”, explicou a capitã Karine Pires Soares Brum, coordenadora da Patrulha Maria da Penha da BM que está presente em 32 cidades gaúchas. Sobre a operação conjunta, a oficial lembrou que esse “trabalho já é integrado no dia a dia”. 

Pedido por justiça 

Um dos locais que foram alvos da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Porto Alegre ficava na vila Maria da Conceição. A equipe da delegada Tatiana Bastos esteve em uma casa onde uma mulher havia sido esfaqueada e ferida pelo companheiro no último domingo. “Ele está foragido”, constatou, referindo-se ao mandado de prisão preventiva decretado contra o agressor que pela segunda vez não foi encontrado na área. 

“Demos início às medidas de proteção da Lei Maria da Penha. Solicitamos para ela as medidas protetivas de urgência e restrição de visita no hospital para evitar que ele tenha novo contato com ela”, detalhou. “Ela nunca tinha feito nenhum registro contra ele”, revelou a delegada Tatiana antes de afirmar que esta é a realidade de quase 80% dos casos de violência contra as mulheres. “As vítimas nunca fizeram uma ocorrência policial contra o agressor”, resumiu. “É importante que as mulheres denunciem e não aguardem para que sejam vítimas de crimes mais graves, como feminicídio tentado e consumado”, concluiu.

Pedindo para não ser identificado e morador ao lado da casa, o pai da vítima contou que a filha  “vivia sendo agredida”. Ele relatou que o relacionamento durou oito meses. “Ele batia nela, usava drogas e batia nela quando não tinha dinheiro. Ele chamava ela de vagabunda”, desabafou, confirmando que nenhuma queixa havia sido registrada até então pela filha. A mulher foi esfaqueada pelo companheiro durante uma discussão e, no momento da agressão, estava com um bebê de quatro meses no colo. “Não pude fazer nada”, lamentou. “Quero ver ele atrás das grades. Quero justiça”, pediu aos policiais.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895