Segurança pública já prendeu 32 e identificou 52 envolvidos no conflito das facções em Porto Alegre

Segurança pública já prendeu 32 e identificou 52 envolvidos no conflito das facções em Porto Alegre

Polícia Civil e Brigada Militar destacaram que ações realizadas estancaram mortes desde o dia 4 deste mês

Correio do Povo

Houve o cumprimento de 21 ordens judiciais na vila Cruzeiro do Sul e no bairro Vila Nova

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A Polícia Civil (PC) e a Brigada Militar (BM) já efetuaram 32 prisões e identificaram 52 suspeitos de envolvimento no conflito pontual, com saldo de 24 mortos, entre facções criminosas em Porto Alegre. Na manhã desta segunda-feira, o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) desencadeou a operação Constelação na vila Cruzeiro do Sul, no bairro Santa Tereza, e no bairro Vila Nova.

A ação teve apoio da Força Tática do 1º BPM. Cinco indivíduos foram detidos na ação, que teve 12 mandados judiciais de prisão preventiva e nove mandados de busca e apreensão cumpridos na região. Um dos alvos, por exemplo, participou de quatro execuções.

“É importante que se diga: as forças de segurança pública, especialmente Polícia Civil e Brigada Militar, desde o primeiro momento em que ocorreram estas mortes, rapidamente diagnosticaram o cenário que se apresentava e já começaram a traçar estratégias conjuntas para o estancamento destes homicídios e para realizar uma ofensiva contra estas organizações criminosas que patrocinaram as mortes”, destacou a diretora do DHPP, delegada Vanessa Pitrez, durante entrevista coletiva à imprensa ocorrida no Palácio da Polícia.

“É uma importante resposta das forças de segurança pública no sentido de demonstrar que o Estado não vai tolerar este tipo de disputa entre organizações criminosas que gerem homicídios e coloquem comunidades à mercê deste tipo de disputa. O Estado não vai tolerar e a resposta estamos dando com resultados efetivos", concluiu a delegada Vanessa Pitrez.

Responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Brigada Militar, o coronel Fernando Gralha Nunes ressaltou o “esforço que nós temos realizado desde o início acirramento de hostilidades entre estas quadrilhas arregimentadas pelas facções”. O comandante do CPC enfatizou “os excelentes resultados” das ações. “Desde o dia 4, não temos registro de evento criminoso relacionado ao acirramento entre as facções”, frisou.

“É um indicador de que nossa direção é correta. Vamos permanecer com este grande esforço de cooperação entre instituições e de nossa tropa ostensiva”, afirmou. “O objetivo máximo é restabelecer e garantir a segurança dos moradores. A BM vai atuar firme nesse propósito”, acrescentou o coronel Fernando Gralha Nunes.

Já o diretor da Divisão de Homicídios do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, delegado Eibert Moreira Neto, explicou que os trabalhos de inteligência do DPHPP e do CPC possibilitaram “identificar o cenário e criar um diagnóstico sobre o que passava sobre esse conflito”.

De acordo com ele, a partir de várias ações – como troca de informações e investigações – foi possível chegar na contenção dos homicídios, com "saturação, intervenção prisional e investigação com coleta qualificada de provas robustas". O delegado Eibert Moreira Neto avaliou também que chegou-se ao estancamento dos ataques entre as facções.

“A partir de hoje começou uma série de ofensivas contra estas organizações criminosas que vêm criando instabilidade aqui na Capital”, salientou ele, citando o cumprimento de diversos mandados de prisões preventivas ao longo dos próximos dias, com “provas robustas e qualificadas”.

“Temos a convicção de que o estancamento é concreto”, resumiu o delegado Eibert Moreira Neto. Ele insistiu que as lideranças dos grupos envolvidos no conflito sejam transferidas dentro do sistema prisional, sendo enviadas inclusive para penitenciárias federais.

Coordenadora da operação Constelação, a titular da 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DPHPP), delegada Roberta Bertoldo, esclareceu que a operação Constelação refere-se sobretudo ao atentado ocorrido na madrugada de 26 de março deste ano no bairro Bom Jesus, quando duas pessoas foram baleadas por quatro integrantes do grupo rival vindo da vila Cruzeiro do Sul.

Ela lembrou que existem “provas contundentes” e que os mesmos autores do crime, todos identificados, já cometeram ataques também em outros locais da cidade.

“O trabalho do DPHPP atua em conjunto com outras instituições na coleta de informações e identificação dos indivíduos para que pudéssemos então, alinhando todos os dados, formalizar a representação pelas prisões”, salientou a delegada Roberta Bertoldo. “Estamos conseguindo superar…”, constatou.

Por sua vez, o comandante do 1º BPM, tenente coronel Eduardo Cunha Michel, falou sobre as ações, prisões e apreensões desenvolvidas nas áreas conflagradas, com apoio até do Batalhão de Aviação da BM. “Tivemos resultados excelentes com os efetivos empregados, essenciais à manutenção da ordem. É um trabalho contínuo”, assegurou.

Foto: PC / Divulgação / CP


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