Segurança pública prepara ações para estancar conflitos entre facções em Porto Alegre
Polícia Civil e Brigada Militar reuniram-se na manhã desta sexta-feira para discutir medidas para conter a nova onda de homicídios em Porto Alegre
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A Polícia Civil e a Brigada Militar reuniram-se na manhã desta sexta-feira para discutir medidas de contenção à nova onda de homicídios nos últimos dias em Porto Alegre. O diretor da Divisão de Inteligência Policial e Análise Criminal do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, delegado Eibert Moreira Neto, confirmou que o aumento da violência foi tratada no encontro. "Fizemos uma reunião com a Brigada Militar e a Cadeia Pública de Porto Alegre para trocar algumas informações a nível de inteligência e estabelecer algumas estratégias e um plano de ação. Isto deve repercutir nos próximos dias com a pretensão de arrefecer esta guerra entre facções e segurar novamente os homicídios", explicou.
Sobre os conflitos entre facções, o delegado Eibert Moreira Neto já tem uma primeira avaliação. “Temos algumas disputas regionalizadas, mas nestes últimos dias se observou uma situação diferente que deu repercussão em mais pontos da cidade. Estamos monitorando…As investigações estão avançando bem”, assinalou.
"A gente observa este mês um recrudescimento da criminalidade e um aumento dos homicídios. Nestes últimos dias em especial, a gente observou um acirramento dos ânimos entre as duas facções. Estas duas têm uma disputa antiga que estava arrefecida, mas ela se reacendeu", esclareceu.
Responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Brigada Militar, o coronel Fernando Gralha Nunes anunciou o reforço de 90 policiais militares para a Capital. "Estamos recebendo três pelotões dos Batalhões de Polícia de Choque vindos do Interior, com 30 policiais militares cada um, para atuarem nos próximos dias na cidade", detalhou. "Já começa nesta noite. É por tempo indeterminado", assegurou.
"Eles vão atuar em patrulhas táticas dentro dos locais de risco", afirmou, citando como exemplo áreas onde podem ocorrer os homicídios, retaliações, confrontos e pontos de saída dos grupos para atacar os rivais. Barreiras serão montadas em locais estratégicos e ocorrerão abordagens de veículos e suspeitos.
O coronel Fernando Gralha Nunes enfatizou também a mobilização total dos batalhões locais. "Já estamos trabalhando forte nos locais conflituados", resumiu. "Cortamos folgas e os efetivos estão sendo empregados nos horários em que estão ocorrendo os conflitos", complementou.
O comandante do CPC ressaltou igualmente a realização de um trabalho intenso de inteligência para conter a nova onda de violência e destacou a importância da contribuição da comunidade com denúncias.
Além disso, o coronel Fernando Gralha Nunes garantiu um maior monitoramento dos apenados ligados às facções dentro da Cadeia Pública de Porto Alegre. Ele não descartou inclusive a movimentação de lideranças para outras casas prisionais caso seja necessário.
Homicídios
Três recentes homicídios forasm registrados em Porto Alegre. No Centro Histórico, um indivíduo foi assassinado na madrugada desta sexta-feira na rua Coronel Fernando Machado. No local havia uma concentração de jovens nos bares e no lado externo.
Um veículo estacionou nas proximidades e um homem desceu e caminhou até um grupo que estava junto a uma árvore. Ele atirou e matou um jovem com tiros de pistola calibre 9 milímetros. Houve correria dos frequentadores após os disparos.
Já na vila Planetário, no bairro Santana, na noite dessa quinta-feira, um adolescente foi morto e outras três pessoas ficaram feridas em um beco, após serem alvos de tiros dos ocupantes de um veículo. Estojos de calibre nove milímetros e de calibre 12 foram recolhidos no local.
Momentos depois, no bairro Cristal, o corpo de um homem foi localizado na rua Jataí, na esquina com a Doutor Campos Velho. A vítima havia sido baleada.
Foto: Record TV RS