Seis homens apontados como líderes neonazistas no RS são presos em operação

Seis homens apontados como líderes neonazistas no RS são presos em operação

Um dos investigados na Operação Accelerare é Laureano Vieira Toscani, que já estava preso em Canoas

Marcel Horowitz

publicidade

A Operação Accelerare, desencadeada nesta terça-feira pela Polícia Civil, prendeu preventivamente sete investigados por apologia ao nazismo e associação criminosa no Rio Grande do Sul e no Ceará. A ação, que contou com o apoio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), também cumpriu mandados de busca e apreensão em São Paulo e Paraná.

Sete grupos foram atingidos pela ofensiva, sendo quatro desses no estado gaúcho, onde ainda foi apreendido um adolescente. Todos os presos são lideres de organizações neonazistas, conforme a corporação. 

Entre os alvos, seis foram localizados e presos nas cidades de Porto Alegre (1), Capão da Canoa (1), Pantano Grande (1), Novo Hamburgo (1) e Canoas (2). Um sétimo homem foi capturado em Fortaleza, onde é proprietário de uma livraria que vende, entre outras publicações, materiais de ideologia neonazista.

Segundo a delegada Tatiana Bastos, titular da DP de Combate à Intolerância, os suspeitos integram células ligadas a grupos com base nos Estados Unidos e na Europa. Ela explica que os investigados realizavam ameaças de atentados a instituições públicas, como em escolas, e à comunidade judaica que, ainda segundo a delegada, registraram aumento superior a 900% no Brasil, após a guerra entre Israel e Hamas.

"Identificamos sete células nazistas no Brasil, organizadas e atuantes, sendo quatro gaúchas. Pedimos a prisão das lideranças, mas são grupos que contam com centenas de pessoas. Para se ter uma noção, no mundo, existem cerca de 32 mil organizações neonazistas", afirmou a delegada. "A maioria dos integrantes têm uma vida aparentemente normal. São pessoas que possuem outras atividades e, na maior parte das vezes, acabam passando desapercebidas."

Líderes neonazistas presos em Canoas

Entre as lideranças que tiveram prisão decretada, duas já cumprem pena na Penitenciária Estadual de Canoas. Um desses lideres é Laureano Vieira Toscani, condenado a 13 anos de prisão pela tentativa de homicídio de judeus na Cidade Baixa, em Porto Alegre, em 2005.

Mesmo condenado, Laureano recebeu benefício ao regime semiaberto. No entanto, ele acabou sendo preso novamente, em setembro do ano passado, suspeito de integrar um grupo supremacista em Santa Catarina. "O Laureano é um dos principais líderes do movimento nazista no Brasil. Ele tem participação em várias células nazistas, além de ligações com grupos no exterior", destacou Tatiana.

Laureano Vieira Toscani. Foto: Polícia Civil / CP


Foram também apreendidos materiais e simbologias de apologia ao nazismo, fardamento inspirado na SS, armas brancas, simulacros de arma de fogo e literatura com conteúdo fascista e nazista. As investigações tiveram início em maio, após uma denúncia anônima que relatava a existência de diversos grupos neonazistas no Rio Grande do Sul. 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895