Sergio Cabral diz que chacina é reação de traficantes

Sergio Cabral diz que chacina é reação de traficantes

Os seis jovens assassinados não tinham passagem pela polícia ou envolvimento com o tráfico

AE

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O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), afirmou na manhã desta terça-feira que a onda de violência que deixou ao menos 12 mortos durante o final de semana na região de Mesquita é uma reação dos traficantes ao enfraquecimento no Estado, de acordo com informações da Agência Brasil. Cabral falou sobre o caso durante o lançamento de um projeto educacional no Palácio Guanabara. "A origem dessas ações é a tentativa do tráfico de afrontar o estado", disse. Segundo o governador, a favela da Chatuba, assim como outras comunidades na periferia do Estado, abrigam traficantes que fugiram do Rio após a pacificação.

Cabral também prometeu que a região continuará ocupada por agentes militares e garantiu a implementação de uma Companhia Destacada da Polícia Militar, com 112 homens. A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, também falou sobre o caso na manhã desta terça-feira. Segundo ela, a chacina na favela da Chatuba é um marco negativo repudiado pelo governo federal e que não pode ficar impune. "O fundamental, neste momento, é que circunstâncias como essa possam ser prevenidas e enfrentadas a todo momento", afirmou após participar de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal.

Durante toda a manhã desta terça-feira, equipes do Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) realizavam operações de busca pelos autores da chacina. Ao menos 10 suspeitos foram presos e dois menores apreendidos. Entre os presos, três foram identificados. Um dos menores era fugitivo de uma unidade da Fundação Casa, antiga Febem. Uma rádio pirata também foi achada na Chatuba. O dono foi levado para a delegacia para prestar esclarecimento.

A operação especial na favela é resultado do processo de pacificação da comunidade que começou após o encontro dos corpos de seis jovens, de 16 a 19 anos, em um canteiro de obras de duplicação da Rodovia Presidente Dutra, a nove quilômetros de distância da residência dos adolescentes.

As autoridades afirmam que os seis jovens não tinham passagem pela polícia e nenhum envolvimento com o tráfico de entorpecentes. Eles teriam sido capturados na tarde de sábado, 8, quando saíram juntos para nadar em uma cachoeira próxima à Chatuba. Os corpos foram enterrados nesta terça-feira no Cemitério Municipal de Olinda, também em Nilópolis.

Na mesma região onde os jovens foram mortos, Jorge Augusto de Souza Alves Júnior, de 34 anos, cadete da PM, foi assassinado. Com marcas de tortura, o corpo do cadete foi encontrado no porta-malas do seu Fox, na manhã de sábado, 8. Ele foi morto a tiros. Alves havia participado de um baile no Clube Lisboa e foi levar uma moça em casa, na Favela da Chatuba. A polícia acredita que ele tenha sido identificado como policial - a farda estava no carro.

O pastor evangélico Alexandro Lima, de 37 anos, também foi morto na mesma manhã. Ele estaria fazendo uma caminhada, quando foi atacado. A polícia trabalha com a hipótese de o pastor ter testemunhado as agressões ao cadete.

A comunidade é cortada pelo rio Sarapuí e fica nos municípios de Nilópolis e Mesquita, próxima ao Parque de Gericinó. Autoridades afirmam que criminosos que atuam na área fugiram dos complexos do Alemão e da Penha, com a atuação da Polícia Militar, e migraram para esta região da Baixada Fluminense, de acordo com a rádio CBN.


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