Sindicância irá apurar caso de homem que matou esposa grávida após ser liberado de delegacia

Sindicância irá apurar caso de homem que matou esposa grávida após ser liberado de delegacia

Antes do crime, o suspeito tinha sido preso por agressão contra a vítima

Correio do Povo

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A Polícia Civil vai apurar o caso do homem que agrediu a esposa grávida e foi liberado da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde ele havia sido encaminhado após ser preso pela Brigada Militar em Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Solto, ele retornou para a residência do casal e assassinou a companheira a facadas. Ele está foragido e com a prisão preventiva decretada. A sindicância sobre a condução da ocorrência será feita pela Corregedoria Geral ou pela 4ª Delegacia Regional de Polícia do Interior (4ª DRPI).

O feminicídio ocorreu na noite de sábado passado na rua Marechal Deodoro, no bairro Bela Vista. Antes, a vítima, Kelly Lidiane Carvalho Moreira, 36 anos, grávida de cinco meses, tinha sido agredida pelo companheiro, de 35 anos. Acionada para atender uma denúncia de Maria da Penha, o efetivo do 1º Batalhão de Policiamento de Área de Fronteira (1º BPAF) deteve o agressor e o levou até a DPPA.

Na DPPA, o fato foi registrado e encaminhadas as medidas protetivas de urgência em favor da vítima. No entanto, a prisão em flagrante não foi determinada, sendo liberado o agressor. Não havia registro de histórico de ocorrência entre o casal até então.

Cerca de uma hora depois da soltura, o indivíduo voltou para a casa e atacou a companheira, fugindo em seguida. Novamente acionados, os policiais militares prestaram socorro à vítima gravemente ferida pelas facadas. No trajeto até o atendimento médico, a viatura da BM chocou-se contra um poste ao desviar de um veículo que avançou no cruzamento das ruas Tiradentes e Quinze de Novembro. A mulher foi colocada em outra viatura, mas ela não resistiu no pronto socorro.

Nota oficial 

A Polícia Civil divulgou uma nota oficial logo após o crime. “A respeito do fato ocorrido na madrugada de 12 de fevereiro último, a Polícia Civil esclarece que ratificou a prisão em flagrante e representou pela prisão preventiva do autor do feminicídio ocorrido em Uruguaiana. Esclarece que prontamente foram adotadas as medidas inicialmente cabíveis no momento da apresentação da ocorrência. Ressalta-se que, antes da ocorrência do crime, foram representadas pelas medidas protetivas de urgência cabíveis.

Esclarece-se que a vítima em princípio não queria ir à Delegacia, tendo sido convencida por familiares a comparecer. Atendida na Delegacia de Polícia, inicialmente não queria fazer o registro na unidade policial, mas foi devidamente orientada a solicitar medida protetiva e a fazer o registro da ocorrência. 

Assim, com base nos elementos apresentados à autoridade policial no momento da lavratura da ocorrência, a medida cabível era o encaminhamento à Justiça de pedido de Medida Protetiva de Urgência, o que foi feito ainda na madrugada do dia 12. A Polícia Civil, em sua esfera, adotou de pronto as medidas investigativas preliminares, porém, infelizmente, fatos que não estavam dentro do domínio da Polícia Civil culminaram na morte da vítima. Foi representado ao Poder Judiciário pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, devendo tal pedido ser apreciado nas próximas horas. Reitera-se o compromisso da Polícia Civil com a aplicação da lei penal, objetivando a devida responsabilização do autor pelos fatos ocorridos”, comunicou a instituição.

Kelly deixa quatro filhos, na faixa etária entre cinco e 17 anos, de um relacionamento anterior. O corpo dela foi sepultado na manhã da última segunda-feira.


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