Sindicato convoca policiais civis para paralisação nesta semana

Sindicato convoca policiais civis para paralisação nesta semana

Cartazes foram espalhados pelas delegacias

Correio do Povo

Paralisação está marcada para os dias 13 e 14 de novembro

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Ugeirm Sindicato convocou a categoria dos policiais civis para promover uma paralisação nessa quarta e quinta-feira em todo o Rio Grande do Sul. Cartazes foram espalhados pelas delegacias. Vice-presidente da entidade, Fábio Castro explicou que a mobilização tem como objetivo o de “chamar a atenção para o pacote de reforma estrutural” proposta pelo governo estadual.

“Atinge em cheio os policiais civis em seus direitos, como o da aposentadoria especial que praticamente é extinta”, afirmou. “A proposta do governo desestrutura o serviço público como um todo, reduz o salário da categoria na medida em que aumenta a alíquota da previdência para aumentar o fluxo de caixa”, acrescentou. “Hoje pagamos 14% de contribuição previdenciária. É a segunda maior alíquota do país. O governo quer passar para 16% e até 18%”, complementou.

O dirigente avaliou que o pacote não trata, por exemplo, das isenções e renúncias fiscais ou o combate à sonegação com a cobrança de devedores. “A proposta tem um caráter exclusivamente fiscal e apenas retira direitos dos servidores públicos como sempre. O ataque é brutal”, afirmou. 

Durante a paralisação de quarta e quinta-feira, um acampamento da entidade de classe montado na calçada do Palácio da Polícia, no cruzamento das avenidas João Pessoa e Ipiranga, em Porto Alegre. No Interior, os agentes pretendem conversar com a população na frente das delegacias. A Ugeirm Sindicato orientou que seja mantido o atendimento somente de casos graves, como homicídios, latrocínios, feminicídios, Lei Maria da Penha com pedido de medidas protetivas, crianças vítimas, estupros e prisões em flagrante com análise criteriosa da autoridade policial, entre outros. A entidade de classe recomendou que sejam suspensas por exemplo diligências e investigações, operações e cumprimento de ordens judicias, confecção de inquéritos e termos circunstanciados. “Não haverá cumprimento de mandados de busca e de prisão, circulação de viaturas, não serão remetidos procedimentos ao Judiciário”, acrescentou Fábio Castro. 

O vice-presidente da Ugeirm Sindicato adiantou que se trata de uma primeira mobilização contra o pacote do governo. “Estamos estudando também em iniciar uma operação padrão muito forte como forma de pressionar o governo e que se abra um diálogo verdadeiro”, revelou o dirigente. Uma assembleia geral deve ser chamada para avaliar a possibilidade de deflagração de uma greve geral da categoria. A entidade mantém ainda uma articulação com os deputados de todos os partidos na Assembleia Legislativa, na Capital.

Procurada pela reportagem do Correio do Povo, a Polícia Civil disse que não irá se manifestar. 


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