Sindicato e comando da polícia divergem sobre operações após morte de policial

Sindicato e comando da polícia divergem sobre operações após morte de policial

Ugeirm/Sindicato quer que o procedimento onde ocorreu o óbito seja repensado

Cláudio Isaías

Sepultamento ocorreu neste sábado no cemitério municipal São João

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No sepultamento do escrivão de polícia Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos, no cemitério municipal São João, no bairro Higienópolis, na zona Norte de Porto Alegre, foi marcado pela emoção e homenagens dos colegas. Pétalas de rosa foram jogadas de um helicóptero da Polícia Civil na despedida ao policial. A cerimônia realizada no sábado contou com a presença de familiares, amigos, colegas da Polícia Civil, da Brigada Militar, da Polícia Federal, da Guarda Municipal de Gravataí e do chefe de Polícia Civil, Emerson Wendt. No local, o comando da polícia e o sindicato da categoria divergiram sobre o futuro das operações, como a que ocorreu a morte de Silveira.

O presidente da Ugeirm/Sindicato, Isaac Ortiz, afirmou que é preciso repensar as operações policiais no Rio Grande do Sul. “É preciso diminuir. Temos que realizar operações com segurança. O que aconteceu em Gravataí foi lamentável”, ressaltou. Na segunda-feira, a direção do sindicato vai procurar o chefe de Polícia Civil e pedir a suspensão das operações no Estado durante sete dias.

O delegado Rafael Sobreiro, titular da 2ª DP de Gravataí, afirmou que a equipe está destruída emocionalmente. “A gente vai se recompor. A nossa equipe é muito unida e vamos nos recompor em torno da Raquel. Ela é a prioridade”, destacou. O secretário da Segurança e Cidadania de Canoas e ex-chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Júnior, disse que é preciso refletir sobre o sistema que está inoperante. “Como o Poder Judiciário permite que um criminoso como esse esteja solto. O Judiciário precisa ser chamado a responsabilidade também. O Poder Judiciário vive no mundo da lua?”, questionou.

O chefe de Polícia Civil, Emerson Wendt, afirmou que o momento é de tristeza, mas a sociedade gaúcha não pode ficar desamparada. “O Rodrigo é mais uma vítima do crime que nós investigamos e combatemos todos os dias. Precisamos trabalhar cada vez mais para evitar que outros policiais e a sociedade sejam vítimas da criminalidade”, acrescentou.

O escrivão, que era chefe de investigação da 2ª DP de Gravataí, foi morto em Gravataí enquanto combatia o narcotráfico em uma ação da Polícia Civil no município de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Silveira e outros policiais civis, entre eles a esposa, Raquel Biscaglia, combatiam o tráfico de drogas em uma operação em um condomínio popular, no bairro Passo das Pedras, em Gravataí, na manhã de sexta-feira.

Ao entrarem no local, os policiais civis foram surpreendidos por um grupo que passou a atirar. Os tiros que atingiram Silveira atravessaram uma parede de gesso acartonado da residência. Na ação policial, cinco pessoas foram presas, incluindo uma mulher, líder do narcotráfico na vila Planaltina, em Gravataí.

Raquel Biscaglia e Rodrigo Wilsen da Silveira, eram escrivães de polícia, e atuavam na 2ª Delegacia de Polícia de Gravataí. Raquel entrou na Polícia Civil em 2014, enquanto Silveira entrou para corporação em 2012. Os dois criavam quatro filhos.

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