Sobe para 70 o número de presos em delegacias de Porto Alegre e Região Metropolitana

Sobe para 70 o número de presos em delegacias de Porto Alegre e Região Metropolitana

Associação dos Delegados de Polícia espera um posicionamento do governo sobre essa situação

Guilherme Kepler / Rádio Guaíba

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Subiu para 70 o número de presos retidos em delegacias de Porto Alegre e Região Metropolitana. O número foi confirmado pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), que espera a liberação de vagas no sistema prisional para fazer o remanejo. Na última segunda-feira, o total era de 31 presos nestas unidades. 

O órgão sustentou, ainda, que o número é variável e pode diminuir conforme disponibilidade de vagas no sistema carcerário. Os detidos serão retirados das delegacias conforme o perfil do preso e a permissão do Judiciário.

Para a presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Asdep), delegada Nadine Anflor, o aumento no número de presos em delegacias está relacionado ao parcelamento de salários dos servidores. ”Esse aumento se deve ao parcelamento de salários, porque enquanto nós estávamos com os salários parcelados, os agentes e delegados tinham decidido pela suspensão das atividades. Entretanto, desde segunda feira as operações foram retomadas e esses presos aumentam e consequentemente o número em delegacias também”, afirmou a delegada.

Nadine reiterou que a situação de presos em delegacias é insustentável, já que não há condições mínimas para os presos e principalmente para os servidores da polícia. Conforme ela, há desvio de função dos policiais que estão fazendo serviços de carcereiro, colocando em risco a própria população que busca atendimento.

Conforme Nadine, uma assembléia foi realizada pela categoria dos delegados de polícia na semana passada. A situação foi levada à Secretaria de Segurança Pública, onde a pasta prometeu uma comissão para analisar esse problema e que dar um posicionamento efetivo em dez dias, prazo esse que termina amanhã.

“Após uma assembléia, nós levamos ao secretário de segurança, que nos respondeu que está criando uma comissão para analisar a situação dos presídios. E que essa comissão em dez dias traria um resultado. Nos parece que essa comissão vem trabalhando. Esse prazo termina amanhã e nós pretendemos na próxima segunda-feira cobrar novamente do secretário e do governo do estado”, disse.

A presidente da Asdep expõe que por conta da colocação de presos em delegacias problemas de infraestrutura estão surgindo nas unidades. Como, por exemplo, o gasto de R$ 9 mil com uma desentupidora para realizar a desobstrução de esgoto em uma delas.

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