Subcomandante da BM retira suposto explosivo em Porto Alegre

Subcomandante da BM retira suposto explosivo em Porto Alegre

Coronel Altair de Freitas Cunha não esperou o Gate para tirar artefato de rua no Centro

Correio do Povo

O material estava embaixo de um boné da Polícia Militar junto a uma árvore

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A segunda suspeita de bomba no Centro de Porto Alegre, em menos de uma semana, foi descartada na manhã desta sexta-feira. O subcomandante geral da Brigada Militar, coronel Altair de Freitas Cunha, não esperou a chegada do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e retirou o objeto, que aparentava ser uma banana de dinamite cheia de pregos. 

Até a remoção, a rua Coronel Fernando Machado ficou bloqueada no trecho entre a avenida Borges de Medeiros e a rua General Auto. "O nosso pessoal técnico fez o desarme. (O material) tem toda a característica de uma banana de dinamite, mas não acreditamos. Fizemos uma avaliação do dispositivo de acionamento, vimos que não era por controle remoto e dava para fazer o desarme no local", explicou.

Segundo o subcomandante, a retirada do artefato foi feita com toda a técnica necessária: “Eu tenho um curso de formação de investigação de incêndio, na Polícia Federal argentina, onde trabalhamos com artefato explosivo”. Logo após o Gate avaliou o equipamento e concluiu que ele não tinha potencial explosivo.

Cunha informou que já há uma suspeita de quem tenha colocado o objeto no Centro, mas o caso será investigado. “Isso está a cargo da corregedoria da Brigada Militar que está trabalhando junto com a Polícia Civil.” O subcomandante não acredita que o caso tenha ligação com policiais militares. "É uma provocação, que eu não sei qual a intenção. Quem quer aumento, não tem esse tipo de atitude. Essa atitude não condiz com a atuação da Brigada e com todos os brigadianos, que são cidadãos honestos, pais de família, que jamais vão compactuar com esse tipo de atitude de tentar atingir pessoas inocentes.”

O material estava embaixo de um boné da Polícia Militar junto a uma árvore, em frente a um prédio residencial. O local, que fica em frente ao posto do 9º Batalhão da Brigada Militar (BPM), atrás do Palácio Piratini, foi isolado. A TV Record recebeu uma denúncia anônima feita de um número não identificado. A pessoa que telefonou teria dito que havia uma bomba no Centro e deu o endereço da Fernando Machado, onde foi encontrado o objeto.

Na última quinta-feira, um boneco com um suposto artefato foi colocado na rua Duque de Caxias e o Gate retirou o material para descartar risco à população. No entanto, depois de análise, foi comprovado que o objeto não era explosivo. No mesmo dia, outro suposto explosivo, colocado durante protesto de policiais militares (PMs) na BR 471, em Santa Vitória do Palmar, no Sul do Estado, mobilizou o grupo. O local foi isolado e o material avaliado.

Já no sábado, um novo protesto atribuído a policiais militares foi registrado em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Um boneco fardado com um suposto explosivo foi deixado na avenida 1º de Março, em frente à agência do Banrisul. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) chegou a ser acionado, mas os policiais do da Brigada Militar (BM) da cidade acabaram constatando, antes da chegada da equipe especializada, que o objeto era apenas uma imitação de bomba. O mesmo ocorreu na manhã de ontem, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana, quando policiais retiraram um boneco.

A manifestação mais recente ocorreu no Centro do Estado. Na madrugada desta sexta-feira, pneus queimados e um boneco vestindo a farda da BM foram encontrados no km 275 da BR 287, entre as cidades de Santa Maria e São Pedro do Sul, na ponte sobre o rio Ibicuí. Após a retirada da barreira, a rodovia foi liberada.

Negociações

Uma série de manifestações com queima de pneus e agora com bonecos tem sido registrada no Estado desde agosto. Nos locais das manifestações, são deixadas, geralmente, faixas com pedido de aumento para a polícia militar. Depois de muitas negociações, nessa quinta-feira, o governo chegou a um acordo sobre os vencimentos dos cabos e soldados. A Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), que representa a categoria, aceitou a proposta de reajuste de 23,5%.

A Associação de Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), no entanto, comunicou a rejeição da proposta de reajuste salarial do governo. De acordo com o presidente da entidade, Aparício Santelano, por unanimidade, a categoria preferiu não receber aumento.

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