Suicídios de servidores da segurança pública preocupam deputados da Assembleia Legislativa

Suicídios de servidores da segurança pública preocupam deputados da Assembleia Legislativa

Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado vai fazer diagnóstico nas visitas à a Brigada Militar, Polícia Civil, Instituto-Geral de Perícias e a Superintendência dos Serviços Penitenciários

Correio do Povo

Audiência pública foi presidida pelo deputado deputado Issur Koch (PP)

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A Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado da Assembleia Legislativa vai montar um grupo de trabalho para visitar a Brigada Militar, Polícia Civil, Instituto-Geral de Perícias e a Superintendência dos Serviços Penitenciários com o objetivo de fazer um diagnóstico sobre a situação dos suicídios entre os servidores das forças de segurança pública gaúcha.

Na última quinta-feira foi realizada uma audiência pública, em formato híbrido, para tratar da promoção da saúde mental na área. A reunião ocorreu na Sala João Neves da Fontoura do Palácio Farroupilha, em Porto Alegre.

A audiência pública foi presidida pelo deputado deputado Issur Koch (PP). Além do da criação do grupo de trabalho, ele espera também a votação, ainda este ano, do PL 266/2020, de sua autoria, que cria o relatório de vitimização dos encarregados de aplicação da lei no Rio Grande do Sul, o que dará acesso aos dados de incidentes que ocorrem nas forças de segurança pública.

Os casos de suicídio no efetivo da Brigada Militar superam as mortes em ocorrências. De acordo com o deputado Issur Koch, a média de suicídios na BM é de 3,7 a cada 100 mil habitantes. “É a força policial com mais casos do país, à frente de Rio de Janeiro e São Paulo”, constatou.

“A gente precisa cuidar de quem cuida da gente. A sociedade é importante neste processo de respeito e valorização de quem cuida da gente”, frisou. O deputado Issur Koch defendeu maior aporte de recursos do orçamento estadual para a saúde mental na segurança pública. “É uma pauta de toda a sociedade gaucha”, frisou.

Uma das convidadas da reunião, a chefe da Seção Biopsicossocial da Brigada Militar, major médica Denise Riambau Gomes, apresentou as ações da corporação desde 2015 para ampliar a prestação do serviço de saúde mental e enfrentar o aumento dos casos de suicídio. Ela lembrou que o assunto é desafio nas polícias de todo o mundo, mesmo em países desenvolvidos.

A partir de 2018, explicou, veio a etapa de sensibilização dos comandos através de palestras de prevenção ao suicídio nas unidades. Informativos foram elaborados aos comandantes orientando para abordagem e identificação de fragilidades emocionais, e locais de atendimento no interior. No ano seguinte, as equipes se deslocaram até os batalhões no Interior.

A major Denise Riambau Gomes destacou que o programa Anjos, desenvolvido em 2020, está potencializando a atenção para a saúde mental. Trata-se de u8m curso de capacitação para os militares de diversas patentes com perfil para o tema, que depois da formação e treinamento passam a atuar como facilitadores para difundir conhecimento e identificar fragilidades na tropa.

Outro avanço, enfatizou, foi a inclusão da disciplina de saúde mental, em 2021, no curso de formação de oficiais da BM. Houve anda o aumento do efetivo de psicólogos e psiquiatras na corporação. Mais de 30 profissionais estão disponíveis para a prestação de serviço de saúde mental, com a descentralização do atendimento para o Interior.

A necessidade, apurou a major Denise Riambau Gomes, está registrada nos atendimentos, que saltaram de seis mil em 2018 para quase 15 mil em 2021, um aumento de 149%. Ela informou que os bombeiros militares também estão incluídos nos serviços disponibilizados pelo setor de saúde da BM, apesar da separação das corporações. Tanto o Hospital da BM em Porto Alegre quanto em Santa Maria oferecem a seção psicossocial e internação psiquiátrica. 

Rede de Apoio 

O Brasil possui atendimento gratuito e anônimo para apoio emocional e prevenção do suicídio para pessoas que estejam lutando contra a depressão. O atendimento pode ser realizado por email ou bate-papo pelo site do Centro de Valorização da Vida (CVV), ou pelo número de telefone 188, 24 horas por dia.


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