Susepe projeta capacidade máxima de Centro de Triagem de presos em uma semana

Susepe projeta capacidade máxima de Centro de Triagem de presos em uma semana

Superintendente revelou erro de cálculo na estrutura por não prever "bretes" nas celas

Daiane Vivatti / Rádio Guaíba

Superintendente revelou erro de cálculo na estrutura por não prever "bretes" nas celas

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A Superintendência dos Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul (Susepe) promete utilizar a capacidade máxima do Centro de Triagem de Porto Alegre dentro de até uma semana. O local, construído para receber presos aguardando transferência para o sistema prisional, dispõe de 84 vagas. No entanto, desde a inauguração, em fevereiro, o número máximo nas celas improvisadas é de 20.

Em audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, a superintendente da Susepe, Marli Ane Stock, disse que nas últimas semanas foi identificado um “erro de cálculo” na estrutura. De acordo com ela, não foi prevista a construção de “bretes” nas celas, necessários para garantir a segurança dos agentes. Marli explicou que a cela é uma sala inteira, com camas, e que se o agente penitenciário abrir a porta diretamente, fica exposto ao número total de presos que estão no espaço. O brete é uma espécie de grade de contenção extra, para que quando o agente abrir a cela, através de uma porta ou de um ferrolho, consiga colocar um preso e ir liberando um a um, gradativamente.

“Talvez eu tenha me expressado mal, não foi um erro de cálculo, foi a falta de se prever esse brete naquele primeiro momento porque nós precisávamos fazer o centro de triagem rapidamente. À medida que fomos ocupando, fomos detectando pequenas falhas, que devem ser corrigidas para que possamos utilizá-lo na sua totalidade”, explicou.

Marli também destacou que essa medida é importante, mas não vai resolver o problema da superlotação de presos nas delegacias da região Metropolitana. “Desde 2015 até hoje, ocorreu o acréscimo de 6 mil presos ao sistema carcerário gaúcho, sem que nós tivéssemos gerado novas vagas. E uma solução imediata não existe”, frisou a superintendente.

A presidente da Associação dos Delegados do Rio Grande do Sul, Nadine Anflor, participou da audiência pública e definiu a situação atual como “o fundo do poço”, além de definir que está por vir uma “tragédia anunciada”. “Nós podemos ter resgate de presos, nós já tivemos presos que fugiram, presos que estão vivendo em condições precárias, poucos policiais. Quer dizer, a tragédia anunciada que eu me refiro realmente é a nossa preocupação. Os delegados de polícia são os responsáveis por aqueles presos enquanto eles estão ali e nós vamos responder por qualquer coisa que aconteça contra eles”, pontuou.

O espaço fica em uma área do Instituto Psiquiátrico Forense, no bairro Partenon, na zona Leste da Capital. Em 9 de novembro de 2016, o secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, havia anunciado a construção do prédio dando prazo de 45 dias para o início das atividades. No entanto, as reformas na edificação não ficaram prontas a tempo. O local foi inaugurado em 19 de fevereiro.

Secretaria investiu R$ 270 mil para a compra de material e o Exército assumiu a engenharia, juntamente com a Susepe, além da mão de obra. Ainda há a previsão de construção de mais dois Centros de Triagem em Porto Alegre, um deles já em fase de licitação na Secretaria Estadual de Obras.

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