Testemunha diz que suspeitos estariam sendo pagos para sustentar latrocínio de Eliseu

Testemunha diz que suspeitos estariam sendo pagos para sustentar latrocínio de Eliseu

Rádio Guaíba divulgou áudio exclusivo do depoimento ao MP

Renata Colombo / Rádio Guaíba

publicidade

Um dia depois da liberação de sete réus do processo sobre a morte do ex-secretário de Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, a Rádio Guaíba divulgou, nesta sexta-feira, áudios exclusivos de uma testemunha do caso, em depoimento ao Ministério Público (MP). Nas gravações, o homem denuncia que um tenente-coronel, apontado como um dos proprietários da empresa Reação, vinha pagando R$ 1 mil por semana para o réu Eliseu Pompeu Gomes, solto ontem pela justiça, e outros dois suspeitos de matar o ex-secretário. Segundo a testemunha, o objetivo era que os supostos envolvidos sustentassem no processo a tese de latrocínio, e não a de execução.

Eliseu Pompeu Gomes, seu irmão e uma terceira pessoa, segundo a denúncia recebiam, além do dinheiro, mordomias no Presídio Central para, segundo a testemunha “segurar o latrocínio”. De acordo com o promotor Eugênio Paes Amorim, que divulgou o material, o tenente-coronel foi listado como testemunha de defesa dos proprietários da empresa Reação, investigados no processo, e não como um dos donos. A Reação foi investigada pelo MP após denúncia, em maio de 2009, de um suposto esquema de pagamento de propina à secretaria.

Conforme a testemunha, investigada em outro processo por estelionato e detida no Presídio Central, o tenente-coronel começou a chantageá-la quando ela pediu R$ 100 em ajuda, em uma visita ao presídio. O homem confessou ter sido o responsável por entregar pessoalmente R$ 15 mil para que Eliseu Pompeu cometesse o crime. Ainda de acordo com ele, Pompeu pediu R$ 30 mil como pagamento.

De acordo com Amorim, mesmo tendo partido de uma pessoa investigada por crime de estelionato, o testemunho foi convincente porque descreveu informações precisas e detalhes que deram credibilidade ao depoimento. “O áudio foi anexado aos autos da defesa para que ela se manifeste sobre se pretende ouvir a testemunha”, explicou o promotor. O testemunho foi prestado há cerca de um mês ao MP.

Sequestro

Em um ponto determinado do depoimento, a testemunha ainda relata que o plano inicial não era executar Eliseu em Porto Alegre, mas sim em um sítio em Arroio dos Ratos, na Região Carbonífera. O plano, segundo o denunciante, era enterrar o corpo na propriedade.

Resposta

O advogado do diretor da Reação Renato Mello, Ricardo Cunha Martins, acusou o MP de estar fantasiando e reclamou que esta é a quarta versão oferecida para o caso. Ele afirmou não ter conhecimento do conteúdo do depoimento. No entanto, disse que, como a testemunha confessou ter envolvimento no caso, deve ser considerada ré confessa.

Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895