Testemunha do Caso Eliseu é transferida do Presídio Central alegando ameaças de morte
MP pode denunciar estelionatário e tenente-coronel suspeitos de envolvimento no crime
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• Leia a cobertura do Caso Eliseu
Réu em um processo de estelionato, o apenado voltou a depor ao MP nos últimos dias, denunciando o suposto pagamento de propina para policiais que atuavam na Delegacia de Homicídios durante a investigação do caso. Segundo a testemunha, um delegado recebeu dinheiro para sustentar a hipótese de latrocínio, que acabou embasando o inquérito sobre a morte de Eliseu.
Contatada pela reportagem, a promotora responsável Lúcia Callegari disse que não vai se manifestar a respeito das novas informações até decidir como conduzir o caso. A Justiça negou o pedido da Promotoria do Júri para que o detento seja, oficialmente, ouvido como testemunha.
Segundo o juiz Vara do Júri, Dr. Cleber Tonial,a forma como o pedido foi feito converte a testemunha em réu confesso no processo. O delegado responsável pela investigação da morte do ex-secretário prometeu se manifestar à reportagem nas próximas horas. Bollivar Llantada é hoje titular da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana.
Em gravações divulgadas com exclusividade pela Guaíba há pouco menos de um mês, o apenado admitiu ter sido o responsável por entregar, pessoalmente, R$ 15 mil ao suposto executor do crime, Eliseu Pompeu Gomes, a mando do tenente-coronel da Brigada Militar Aroldo Veriano da Silva.
Os promotores do caso estudam incluir no processo, além da denúncia contra o oficial, um pedido para que o preso também seja tornado reú no caso, já que confessou participação no crime.
Nos áudios divulgados, o detento ainda apontou que o mesmo oficial é um dos proprietários da empresa de vigilância Reação e que vinha pagando R$ 1 mil por semana para o réu Eliseu Pompeu Gomes, solto pela justiça, e outros dois suspeitos de matar o ex-secretário, sustentarem a tese de latrocínio (roubo com morte), e não a de execução.
O advogado de defesa do proprietário da empresa Reação Jorge Renato Hordoff de Mello, Ricardo Cunha Martins, informou que a justiça atendeu a recurso da defesa dos réus no caso e mandou retirar do processo os depoimentos recolhidos pelo Ministério Público. Segundo o advogado, a justiça considerou ilícito o conteúdo destes.