Três são presos em operação contra golpe dos nudes em Porto Alegre

Três são presos em operação contra golpe dos nudes em Porto Alegre

Policiais civis gaúchos apoiaram colegas paulistas em ação no bairro Vila Nova; foram apreendidos chips, telefones celulares e cartões bancários

Correio do Povo

Investigação apura os crimes de extorsão e associação criminosa

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Uma operação contra o golpe dos nudes foi deflagrada na manhã desta quinta-feira pela Polícia Civil de São Paulo no bairro Vila Nova, na zona Sul de Porto Alegre. Com apoio da 3ª DP de Canoas, os agentes sob comando do delegado Jorge Mazzi, da DP de São João da Boa Vista, de São Paulo. Houve o cumprimento de dez ordens judiciais, sendo quatro mandados de prisões e sete mandados de busca e apreensão. Três suspeitos foram detidos, sendo recolhidos chips, telefones celulares e cartões bancários. Estão sendo apurados os crimes de extorsão e associação criminosa.

A investigação começou em fevereiro desse ano a partir de um boletim de ocorrência policial, onde a vítima relatava que efetivou a transferência de R$ 50 mil para três contas bancárias. Os valores eram economias de 15 anos de trabalho e outra parte proveniente de empréstimo contraído junto a uma instituição financeira. O delegado Jorge Mazzi ressaltou a importância dessas ações de combate aos crimes virtuais e reiterou que “embora os criminosos tentem se valer do anonimato e praticar o crime contra vítimas de outros estados, é possível chegar na autoria desses crimes, colocando atrás das grades esses delinquentes”.

O golpe dos nudes consiste em um primeiro contato ou por uma rede social ou pelo aplicativo WhatsApp, onde uma pessoa jovem e bonita instiga uma vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos íntimas. Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai da jovem, dizendo que a filha é menor de idade e a conduta da vítima se amolda ao crime de pedofilia. Para não denunciar, isto é, para não levar o fato ao conhecimento de um delegado e resultar na prisão da vítima, o suposto pai exige depósitos em dinheiro.

Na maioria das vezes, após o recebimento de valores, o extorsionário continua exigindo dinheiro e alega a necessidade de submeter a filha a tratamento psicológico ou, ainda, exigindo o depósito de valores, como em um dos casos analisados nessa investigação, para o enterro da adolescente que, em razão dos graves danos psicológicos sofridos, atentou contra a própria vida, praticando suicídio.

É bastante comum também, nesses casos, a presença de uma quarta pessoa envolvida, que se apresenta como policial, muitas vezes com fotos e nomes reais retirados das redes sociais, dizendo que está sendo registrada uma ocorrência, e que será expedido mandado de prisão contra a vítima, a deixando desesperada e fazendo com que deposite mais dinheiro aos golpistas.


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