Três suspeitos de participação na morte de PM se entregam à Polícia

Três suspeitos de participação na morte de PM se entregam à Polícia

Trio se apresentou à 15ª Delegacia de Polícia na companhia do advogado

Felipe Samuel

Suspeitos se entregaram no início da tarde na delegacia

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Três suspeitos de participar do latrocínio que resultou na morte do soldado Lucas Jesus de Lima, no dia 11 de janeiro, se entregaram nesta sexta-feira à 15ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, na zona Leste da Capital. Com extensa ficha criminal, os indivíduos tem antecedentes por tentativa de homicídio, tráfico de drogas, receptação, roubo a pedestres, entre outros. Eles têm entre 20 e 41 anos. O pai de Marcos Vignol Evangelista Júnior está entre os que se apresentaram à Polícia.

O seu filho morreu em confronto com o policial militar. Conforme o titular da 15ª DP, delegado Cesar Carrion, um quarto suspeito já está preso por tráfico de drogas. Com isso, as investigações identificaram a participação de cinco pessoas no crime - incluindo Evangelista Júnior. Todos devem responder por crime de latrocínio. “Se trata de uma associação criminosa violenta”, garante. Segundo Carrion, no dia do crime, o pai de Evangelista Júnior prestou depoimento na delegacia, onde tentou se defender da acusação de participação no crime.

De acordo com Carrion, o homem disse que estava com o filho até 20h30, poucas horas antes do latrocínio. Em seguida, afirmou que o jovem saiu sozinho de casa e, pouco tempo depois, um motoboy avisou que o filho tinha sido baleado. “Ele disse que achou o filho agonizante e levou para a UPA Bom Jesus. A tese infelizmente do pai foi derrubada. Ele participou do assalto”, destaca. Conforme provas testemunhais, após o confronto com o policial, o grupo trocou o HB20 roubado por um modelo Fiesta branco de propriedade do pai Evangelista Júnior.

Testemunhas relataram que a presença do Fiesta estacionado chamou atenção. “O HB20 chegou em alta velocidade. Dali desceram cinco pessoas, três carregando o ferido. O outro disparou com HB20, que foi abandonado”, reforça. “Isso significa que a ação durou no máximo dez minutos. Todos que estavam no HB20 participaram do latrocínio que vitimou o policial”, completa. Segundo as investigações, o grupo costumava roubar carros para pegar pertences e fazer assaltos na zona Leste. “Todos que participaram da morte do PM estão presos”, observa.

De acordo com Carrion, o criminoso morto em confronto com o policial militar recebeu liberdade provisória em dezembro, após ser preso em setembro por roubo. E lamentou a soltura do indivíduo pela Justiça. “Talvez se ele tivesse preso talvez isso não teria acontecido, mas a gente tem que lidar com esse sentimento de amargura e de mágoa”, critica. Conforme a Polícia, o pai, 41, preso nesta sexta-feira, tem ficha criminal extensa e cumpriu pena até o ano passado por homicídio qualificado.

A diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegada Adriana Regina da Costa, afirma que o processo reúne provas técnicas e testemunhal. “Uma testemunha relata que houve troca de veículos e reconhece três indivíduos. Essa seria a prova técnica desse inquérito oficial, além da perícia papiloscópica”, afirma, acrescentando que outras vítimas de roubos também reconheceram os integrantes do grupo.

O advogado Lucas Boeno da Silva, que atua na defesa dos três suspeitos, afirma que os acusados não vão se manifestar antes de acessar o processo. “Não tem como falar nada. Não vi o processo ainda, não sei o que tem de prova e o que não tem. É muito temerário fazer qualquer afirmação tanto de inocência quanto de culpabilidade deles nesse momento”, destaca. Conforme Silva, a decisão de se apresentar à Polícia foi uma iniciativa dos acusados após conversa com a Polícia.
 


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