Troca de mensagens com ameaças à escola motiva suspensão de aulas no Distrito Federal

Troca de mensagens com ameaças à escola motiva suspensão de aulas no Distrito Federal

Um dos estudantes envolvidos prestou depoimento no Deca

Agência Brasil

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Uma troca de mensagens via Whatsapp, na qual quatro estudantes tramavam cometer atentados no Centro Educacional Gisno, escola pública no Plano Piloto, em Brasília, resultou no cancelamento das aulas matinais, prejudicando a rotina dos estudantes que cursam o ensino médio no colégio. 

A Polícia Civil informou que o caso será submetido à apreciação judicial e os menores poderão responder por ameaça e incitação ao crime. As mensagens foram trocadas entre a noite desse domingo e a madrugada desta segunda-feira. Nelas, os estudantes - três deles de 17 anos e um com 18 - combinam "fazer uma competiçãozinha de quem mata mais" na escola. 

No total, oito mensagens foram trocadas entre os alunos. Algumas delas foram vazadas para um grupo maior de estudantes e, em seguida para a inteligência da Polícia Civil que, de imediato, e com a ajuda de funcionários da escola, localizou um dos três menores, que depôs no início da madrugada desta segunda-feira. 

Segundo o delegado chefe da Delegacia da Criança e do Adolecente (DCA-1), Vicente Paranahiba, foi feita uma vistoria na casa do estudante e nada foi encontrado. Ao acessarem o celular do adolescente, os policiais localizaram a conversa trocada com os outros três colegas, na qual o atentado estaria sendo tramado.

Agentes da Polícia Civil foram à escola fazer uma varredura

Paranahiba relatou que o adolescente chegou à delegacia acompanhado da irmã, que se apresentou como responsável. "Ele veio à delegacia acompanhado da irmã, que se apresentou como responsável. No depoimento, ele disse que a história não passou de uma brincadeira, e que não teria 'coragem de fazer o que estava sendo tramado'. No entanto (durante a oitiva), ele teceu elogios ao atentado ocorrido em Suzano. Ao que parece, esses garotos foram negativamente influenciados pelo ocorrido em Suzano", disse o delegado, referindo-se ao caso que resultou recentemente na morte de dez pessoas. 

O professor Ricardo Andrade, que dá aulas de português para o 3° ano do ensino médio, disse ter testemunhado ameaças feitas por estudantes na escola que, segundo ele, "costuma receber alunos problemáticos vindos de outras escolas da rede pública". "Já vi inclusive alunos ameaçando professores por meio de gestos que simulavam armas", disse o professor. Ele disse que muitos conflitos foram registrados na escola no ano passado, durante o período eleitoral. "Apesar de nunca ter manifestado qualquer posicionamento político, já fui ofendido por um estudante que me julgava simpatizante de uma corrente política, como se eu fosse condescendente com alguma corrupção".

Até o final desta manhã, a polícia tentava localizar o terceiro menor de idade. Já o estudante maior de idade terá seu caso investigado pela 2ª Delegacia de Polícia. A Agência Brasil tentou, sem sucesso, contatar a diretoria do Gisno. 

 


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