Universal nos Presídios oferece mão de obra de 150 apenados para coletar doações no RS

Universal nos Presídios oferece mão de obra de 150 apenados para coletar doações no RS

Projeto cede detentos do regime semiaberto para agilizar triagem de donativos

Marcel Horowitz

Projeto Universal nos Presídios disponibiliza mão de obra prisional na enchente

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Três homens, sendo dois com tornozeleira eletrônica, trabalham na coleta de doações em Porto Alegre. Eles são alguns dos 150 apenados do regime semiaberto que o projeto Universal nos Presídios (Unp) cedeu para auxiliar vítimas da enchente no Rio Grande do Sul.

A iniciativa é coordenada pelo pastor e artista plástico Venino Aragão, de 59 anos. Ele destaca que, além da triagem dos donativos, o projeto também disponibiliza suporte a agentes e detentos de casas prisionais que foram inundadas, como é o caso da Penitenciária Estadual do Jacuí (Pej) e do Instituto Penal de Charqueadas, na região Carbonífera.

"Promovemos ações alinhadas com Superintendência de Serviços Penais (Susepe) e a Brigada Militar. Frente a um desastre como a enchente, é preciso somar o maior número possível em mão de obra. A tragédia colocou todas as pessoas no mesmo nível, o que importa é a vontade de ajudar”, destacou.

O pastor adiciona que todos os apenados participam da iniciativa de maneira voluntária. “Oferecemos chances de ressocialização aos detentos, mas é fundamental que eles queiram aceitá-las.”

Um dos integrantes do projeto é Richard Mendes Machado, de 32 anos. Com dispositivo eletrônico instalado em um dos tornozelos, ele corre de um veículo a outro para depositar mantimentos no bagageiro.

"É uma oportunidade para deixar de fazer coisas erradas e começar a ajudar os outros. Além disso, os antigos conhecidos que permanecem na vida do crime não mexem com a gente. Eles sabem que agora somos parte de um projeto sério e movido pela fé, e isso é respeitado”, pontuou o detento.


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