Vila Maria da Conceição tem três mortes e três feridos em 12 dias na Capital

Vila Maria da Conceição tem três mortes e três feridos em 12 dias na Capital

Para titular da 1ª Delegacia de Homicídios, aumento dos confrontos está relacionado à morte de traficante

Jéssica Moraes/Rádio Guaíba

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A Vila Maria da Conceição, no bairro Partenon, zona Leste de Porto Alegre, registrou ao menos três mortes e três feridos somente nos últimos 12 dias. A sequência de crimes ocorre após a morte do traficante João Carlos da Silva Trindade, conhecido como “Colete”, em 23 de agosto.

O último dos ataques aconteceu na noite dessa segunda-feira, quando um homem foi morto e um casal ficou ferido após três criminosos invadirem uma casa na Rua Paulino Azurenha. De acordo com a BM, Adão Adilson Ferreira da Silva, 28 anos, morreu no local. O casal foi encaminhado com vida ao Hospital de Pronto Socorro (HPS).

O delegado Rodrigo Reis, titular da 1ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre, explica que a região da Vila Maria da Conceição intercala períodos mais calmos com os de confronto. “O morro é dividido, em pelo menos, quatro partes. Quando uma liderança cria uma hegemonia nessas partes, a região fica apaziguada”, explica Reis.

Essa situação de apaziguamento aconteceu entre novembro de 2016 e o mês passado, período em que uma única liderança controlou o tráfico na região. Segundo o delegado, nesses nove meses a Vila praticamente não teve confrontos. Após a morte do traficante Colete, o consenso entre os criminosos foi quebrado.

Os conflitos existentes da Vila Maria da Conceição, que estão ocorrendo desde o último 23, são disputas pelo domínio do tráfico de drogas. Conforme o delegado, os criminosos cometem os assassinatos tanto contra rivais, para tomar pontos de tráfico, quanto contra moradores sem envolvimento com o crime, com único intuito de intimidar a população.

“Hoje, eles matam alguém específico [ligado ao tráfico] ou matam alguém que está na rua para mostrar poderio de fogo, lançar um terror sobre a comunidade e espantar concorrentes”, conta o delegado Reis.

Segundo Reis, uma equipe da 1ª Delegacia de Homicídios foi destacada para cuidar especificamente dos crimes violentos que têm ocorrido na Vila. Ele ainda garante que há a presença constante do policiamento ostensivo na região. Reis reitera a importância das denúncia anônimas feitas pela comunidade para a solução dos crimes.

Outros casos

Na última sexta-feira, um ataque a tiros matou um adolescente e deixou duas pessoas feridas. Uma testemunha acionou a BM e disse ter ouvido cerca de 70 disparos no cruzamento entre as ruas Paulino Azurenha e Irmã Nely, na vila Maria da Conceição. Denis Raphael Guterres, de 16 anos, morreu no local quando três suspeitos atiraram. Duas pessoas – um homem e uma criança – precisaram ser hospitalizadas, com lesões.

No dia 28 de agosto, uma pessoa morreu baleada na rua Paulino Azurenha, depois que ocupantes de um veículo passaram atirando. Pouco antes, na mesma madrugada, na vila Santa Clara, próximo do local, uma mulher foi atingida por bala perdida, mas sobreviveu.

Em dois casos, nos últimos 12 dias, após registro de assassinatos, as linhas de ônibus que atendem a região saíram de circulação ou tiveram itinerário alterado por medida de segurança.

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