Visitas têm que ser controladas para evitar motins, diz secretário da Segurança do Amazonas

Visitas têm que ser controladas para evitar motins, diz secretário da Segurança do Amazonas

Sérgio Fontes informou que 50 presos já foram recapturados

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Visitas precisam ser controladas para evitar novos motins, diz secretário da Segurança

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O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, afirmou que o Estado não perdeu o controle das penitenciárias e garantiu que os líderes do massacre em Manaus, que resultou em 60 detentos mortos em 24 horas de motim, deverão ser submetidos ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Após o anúncio do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre a transferência dos líderes da rebelião para presídios federais, o secretário destacou que as visitas precisam ser impedidas mesmos nas cadeias controladas pelo governo ou novos motins poderão ocorrer no Estado.

"Esse é o grande desafio porque, mesmo em presídios federais, quando termina o RDD, eles recebem visitas íntimas, visitas de advogados, e muito provavelmete essa rebelião foi acordada através dessas visitas. É um desafios das autoridades federais de manter a incomunicabilidade. Nós temos confiança de que nós vamos conseguir, porque no final de 2015 foi feita uma grande operação aqui no Amazonas, a operação "La Muralla" da PF com o apoio de todas as forças locais, e esse foi um dos fatores que gerou essa rebelidão. Eles (presos) esperavam que seus líderes retornassem para o Amazonas e isso não aconteceu a nosso pedido. Então vamos continuar com essa política de combate ao crime organizado", declarou o secretário em entrevista à Rádio Guaíba nesta terça-feira.

Mesmo após o massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), o governo do Amazonas não aceitou o apoio da Força Nacional de Segurança. "Não achamos que no momento seja necessário. Nós estamos fazendo controle e esse gasto seria desnecessário. Agora, outras ajudas foram aceitas. Mas também não está descartada a ajuda da Força Nacional, é uma utilização racional de recursos. Não adianta utilizar dele agora e precisar mais tarde e já ter esgotado. Calculamos que vamos recapturar, se não todos, a maioria até o final de semana. Já temos 50 recpaturados e aumentando a todo momento", informou Fontes.

Desde a tarde de domingo, 60 mortes, rebeliões e 184 fugas ocorrerem em quatro unidades de detenção de Manaus em um intervalo de 24 horas. Foram 56 assassinatos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e mais quatro na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Rural de Manaus. Houve rebeliões também no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) e no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). Quarenta dos 184 detentos que fugiram foram recapturados, mas 144 seguem foragidos, segundo o último balanço do governo.

O massacre é considerado o maior da história do sistema prisional do Amazonas. No país, a matança só perde para o caso envolvendo o Carandiru, em São Paulo, quando 11 detentos foram mortos após entrada da Polícia Militar para conter uma rebelião.

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