Visitas têm que ser controladas para evitar motins, diz secretário da Segurança do Amazonas
Sérgio Fontes informou que 50 presos já foram recapturados
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"Esse é o grande desafio porque, mesmo em presídios federais, quando termina o RDD, eles recebem visitas íntimas, visitas de advogados, e muito provavelmete essa rebelião foi acordada através dessas visitas. É um desafios das autoridades federais de manter a incomunicabilidade. Nós temos confiança de que nós vamos conseguir, porque no final de 2015 foi feita uma grande operação aqui no Amazonas, a operação "La Muralla" da PF com o apoio de todas as forças locais, e esse foi um dos fatores que gerou essa rebelidão. Eles (presos) esperavam que seus líderes retornassem para o Amazonas e isso não aconteceu a nosso pedido. Então vamos continuar com essa política de combate ao crime organizado", declarou o secretário em entrevista à Rádio Guaíba nesta terça-feira.
Mesmo após o massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), o governo do Amazonas não aceitou o apoio da Força Nacional de Segurança. "Não achamos que no momento seja necessário. Nós estamos fazendo controle e esse gasto seria desnecessário. Agora, outras ajudas foram aceitas. Mas também não está descartada a ajuda da Força Nacional, é uma utilização racional de recursos. Não adianta utilizar dele agora e precisar mais tarde e já ter esgotado. Calculamos que vamos recapturar, se não todos, a maioria até o final de semana. Já temos 50 recpaturados e aumentando a todo momento", informou Fontes.
Desde a tarde de domingo, 60 mortes, rebeliões e 184 fugas ocorrerem em quatro unidades de detenção de Manaus em um intervalo de 24 horas. Foram 56 assassinatos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e mais quatro na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Rural de Manaus. Houve rebeliões também no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) e no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). Quarenta dos 184 detentos que fugiram foram recapturados, mas 144 seguem foragidos, segundo o último balanço do governo.
O massacre é considerado o maior da história do sistema prisional do Amazonas. No país, a matança só perde para o caso envolvendo o Carandiru, em São Paulo, quando 11 detentos foram mortos após entrada da Polícia Militar para conter uma rebelião.