"É preciso que os EUA parem de incentivar a guerra", diz Lula sobre conflito na Ucrânia

"É preciso que os EUA parem de incentivar a guerra", diz Lula sobre conflito na Ucrânia

Presidente comparou o conflito a uma briga de família e sugeriu a criação de um grupo de países para discutir a paz na região

R7

Lula com o mandatário chinês Xi Jinping

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta sexta-feira, em conversa com jornalistas em Pequim, na China, que os Estados Unidos incentivam a guerra ao fornecerem armas para a Ucrânia. "É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz pra gente poder convecer o Putin e o Zelensky (presidentes da Rússia e da Ucrânia, respectivamente) que a paz interessa a todo mundo — e a guerra só tá interessado, por enquanto, aos dois", afirmou durante sua agenda em Pequim.

Lula comparou a guerra a uma briga de família e a uma greve, "que a gente não sabe como termina", e sugeriu a criação de um grupo de países com "boas relações" com Rússia e Ucrânia para discutir o fim do conflito. "É preciso ter paciência pra conversar com o presidente da Rússia. É preciso ter paciência pra conversar com o presidente da Ucrânia. Mas é preciso, sobretudo, convencer os países que estão fornecendo armas e incentivando a guerra, pararem", disse.

O chefe do Executivo federal cobrou "boa vontade" para pôr fim à guerra e disse que a China tem o papel "mais importante" na negociação. "É preciso encontrar no mundo países que estejam dispostos. O Brasil está disposto. A China está disposta. Acho que nós temos que encontrar outros aliados e negociar com as pessoas que podem ajudar", defendeu.

O presidente da República negou que a visita ao território chinês cause tensão política com o governo norte-americano. "Tenho certeza que a nossa relação com a China não é, necessariamente, capaz de criar nenhum arranhão com os Estados Unidos".

"Quando eu vou conversar com os Estados Unidos, eu não fico preocupado com o que a China vai pensar da minha conversa com os Estados Unidos. Eu estou conversando sobre os interesses soberanos do meu país. Quando eu venho conversar com a China, eu também não estou preocupado com o que o Estados Unidos estão pensando", argumentou.

De acordo com Lula, os acordos assinados pelo Brasil não tem viés ideológico e dizem respeito a interesses nacionais. "O Brasil tem que fazer acordos possíveis com todos os países. Nós não temos escolhas políticas, escolhas ideológicas. Nós temos uma escolha de interesse nacional — interesse do povo brasileiro, interesse da indústria nacional, interesse da nossa soberania", disse.


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