"É uma prisão desnecessária, ilegal e inexplicável", diz Marun sobre Temer

"É uma prisão desnecessária, ilegal e inexplicável", diz Marun sobre Temer

Ex-ministro afirmou que detenção de ex-presidente foi um exibicionismo judiciário

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Carlos Marum condenou a prisão de Michel Temer nesta quinta-feira

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O ex-ministro Carlos Marun, que liderava a tropa de choque do ex-presidente Michel Temer, afirmou nesta quinta-feira que a prisão do ex-chefe de Estado foi desnecessária e sem explicação. "É uma prisão desnecessária, ilegal e inexplicável. Afirmo sem medo de errar que isto foi um exibicionismo do Judiciário", disse em entrevista na Rádio Guaíba. 

Marun afirmou que respeita a prisão e disse que a última vez que conversou com Temer foi em fevereiro. "Terei de ler o processo, inclusive estou atrás dele, para poder fazer um debate do caso em concreto", explicou. "Afirmo novamente: foi um ato de exibicionismo do Judiciário. Mais uma vez prova que este País precisa de uma lei contra o abuso de autoridade para que abusos como esse não sejam mais cometidos", acrescentou.  

Além de Temer, a Polícia Federal (PF) prendeu o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco no Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Temer foi encaminhado à sede da PF em São Paulo e passou por exame de corpo delito e agora segue para a capital fluminense, cidade onde foram originados os mandados de Bretas.  

Delações de Sobrinho e Funaro 

A operação de hoje é decorrente da Operação Radioatividade. A investigação tem como base as delações do empresário José Antunes Sobrinho, ligado à Engevix, e do corretor Lucio Funaro. 

No ano passado, Funaro entregou à Procuradoria-Geral da República informações complementares do seu acordo de colaboração premiada. Entre os documentos apresentados estão planilhas que, segundo o delator, revelam o caminho de parte dos R$ 10 milhões repassados pela Odebrecht ao MDB na campanha de 2014.

De acordo com a Polícia Federal, Sobrinho fala em seu acordo sobre “pagamentos indevidos que somam R$ 1,1 milhão, em 2014, solicitados por João Baptista Lima Filho e pelo ministro Moreira Franco, com anuência do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Michel Temer, no contexto do contrato da AF Consult Brasil com a Eletronuclear”.

Os valores, segundo o delator, teriam sido depositados em conta corrente em nome da empresa PDA Projeto, que tem o coronel Lima, amigo de Temer, e sua esposa, Maria Rita Fratezi, por meio de um contrato simulado com a Alumi Publicidade.


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