"A memória é nossa arma", diz Dilma sobre Holocausto
Presidente participou de cerimônia em memória às vítimas do ataque nazista, na Capital. Veja fotos
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“Essa sombra chamada Holocausto inaugurou uma das maiores violências do homem contra o homem”, lamentou Dilma, que prestigiou o ato ao lado de cerca de 200 autoridades judaicas e homens públicos como os governadores petistas Tarso Genro e Jaques Wagner, da Bahia, e os prefeitos José Fortunati (PDT) e Gilberto Kassab (Dem), de São Paulo.
Dilma reafirmou o comprometimento da sua gestão com a defesa “incansável” da igualdade e dos direitos humanos. Ela alertou para o perigo que representa a “banalização do mal” e ressaltou que “a memória é a nossa arma”, numa referência à violência que tirou a vida de seis milhões de judeus e atacou também as minorias formadas por homossexuais, deficientes físicos e comunistas.
“O Holocausto não é e nunca será apenas um momento histórico da Segunda Guerra Mundial. Se abriu no mundo uma prática de calar, não apenas silenciar ou derrotar. Mas derrotar pela tortura, pela dor e pela morte lenta.” afirmou a presidente, lembrando que as táticas brutais empregas pelo nazismo alemão se expandiram e foram utilizadas em outros guerras que sucederam o período.
Dilma teve o seu discurso interrompido por entusiasmados aplausos quando fez menção indireta ao Irã, país presidido por Mahmoud Ahmadinejad, que nega o Holocausto. “Acreditamos que é nosso dever não compactuar com nenhuma violação dos direitos humanos em qualquer país”, declarou a petista, que não deixou de pregar o caminho do “diálogo” e do “convívio”.
As lideranças judaicas se mostraram otimistas com o possível endurecimento do discurso brasileiro em relação ao Irã se comparado ao período de governo do ex-presidente Lula. “Temos nós, brasileiros e estrangeiros, observado com entusiasmo os seus primeiros movimentos. Vossa Excelência nos dá sinais otimistas. Foi clara a respeito dos direitos humanos, antes mesmo da sua posse, referindo-se inclusive ao que acontece no Irã”, disse Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil.