"A memória é nossa arma", diz Dilma sobre Holocausto

"A memória é nossa arma", diz Dilma sobre Holocausto

Presidente participou de cerimônia em memória às vítimas do ataque nazista, na Capital. Veja fotos

Carlos Rollsing / Correio do Povo

A memória é nossa arma, diz Dilma sobre Holocausto

publicidade

Com um discurso que agradou à comunidade judaica, a presidente Dilma Rousseff condenou todas as formas de preconceito e intolerância ao participar, nesta quinta-feira, do Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, no Palácio do Ministério Público, em Porto Alegre.

“Essa sombra chamada Holocausto inaugurou uma das maiores violências do homem contra o homem”, lamentou Dilma, que prestigiou o ato ao lado de cerca de 200 autoridades judaicas e homens públicos como os governadores petistas Tarso Genro e Jaques Wagner, da Bahia, e os prefeitos José Fortunati (PDT) e Gilberto Kassab (Dem), de São Paulo.

Dilma reafirmou o comprometimento da sua gestão com a defesa “incansável” da igualdade e dos direitos humanos. Ela alertou para o perigo que representa a “banalização do mal” e ressaltou que “a memória é a nossa arma”, numa referência à violência que tirou a vida de seis milhões de judeus e atacou também as minorias formadas por homossexuais, deficientes físicos e comunistas.

“O Holocausto não é e nunca será apenas um momento histórico da Segunda Guerra Mundial. Se abriu no mundo uma prática de calar, não apenas silenciar ou derrotar. Mas derrotar pela tortura, pela dor e pela morte lenta.” afirmou a presidente, lembrando que as táticas brutais empregas pelo nazismo alemão se expandiram e foram utilizadas em outros guerras que sucederam o período.

Dilma teve o seu discurso interrompido por entusiasmados aplausos quando fez menção indireta ao Irã, país presidido por Mahmoud Ahmadinejad, que nega o Holocausto. “Acreditamos que é nosso dever não compactuar com nenhuma violação dos direitos humanos em qualquer país”, declarou a petista, que não deixou de pregar o caminho do “diálogo” e do “convívio”.

As lideranças judaicas se mostraram otimistas com o possível endurecimento do discurso brasileiro em relação ao Irã se comparado ao período de governo do ex-presidente Lula. “Temos nós, brasileiros e estrangeiros, observado com entusiasmo os seus primeiros movimentos. Vossa Excelência nos dá sinais otimistas. Foi clara a respeito dos direitos humanos, antes mesmo da sua posse, referindo-se inclusive ao que acontece no Irã”, disse Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil.

Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895