"A solução da crise climática é parar de extrair petróleo, carvão e gás", diz Petro

"A solução da crise climática é parar de extrair petróleo, carvão e gás", diz Petro

Em fórum das Nações Unidas, presidente colombiano afirmou que não é possível resolver situação do clima só com reflorestamento

AFP

Presidente colombiano deu declaração durante sessão inaugural do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas da ONU

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A crise climática pode ser solucionada com o fim da extração "de petróleo, carvão e gás", disse, nesta segunda-feira, 17, o presidente colombiano, Gustavo Petro, no Fórum Indígena das Nações Unidas, primeira etapa de sua visita aos Estados Unidos, onde se reunirá com o presidente Joe Biden.

"Acreditar que se possa resolver a crise climática com reflorestamento, com revitalização das florestas (...) não é verdade", afirmou o governante colombiano, para quem a solução é "parar de extrair petróleo, carvão e gás".

Petro participou da sessão inaugural do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas da ONU, que está sendo realizado presencialmente pela primeira vez desde o início da epidemia de covid-19, há três anos. O presidente pediu "medidas pragmáticas", que passam pela paz mundial e "decisões de transição imediata para economias descarbonizadas".

"Que a dívida seja trocada por ação climática, que os Estados possam reduzir seu endividamento para que possa surgir um espaço financeiro público que permita avançar resultados climáticos concretos", propôs em meio aos aplausos de centenas de representantes de todo o mundo. "Não é que esteja pregando a grande revolução contra o grande capital", observou, mas "não podemos esperar do mercado, do capital, a solução para a crise climática" porque levou "40 anos (...) para nos convencer de que o mercado pode resolver tudo".

Com o título "Povos indígenas, saúde humana, saúde planetária e territorial e mudança climática: uma abordagem baseada em direitos", este fórum terminará em 28 de abril, com a participação de centenas de representantes dos povos indígenas do planeta, que representam 5% da população mundial, mas 15% dos mais pobres. Na abertura desta 22ª sessão, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou que os indígenas "vivem na linha de frente da emergência climática", embora "não tenham feito nada para causar a crise climática" e instou que sejam ouvidos porque oferecem "muitas soluções para a crise climática".


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