Acordo sobre Regime de Recuperação Fiscal não existe, diz futuro secretário da Fazenda
Marco Aurélio Santos Cardoso disse que o debate ainda precisa ser iniciado no RS
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Sobre uma das polêmicas que a adesão envolve, referente às privatizações, Cardoso disse que a questão da venda de ativos, tratada como de natureza fiscal, é muito mais ampla. “Há a visão sobre a atividade econômica que aquela empresa desempenha, se é melhor para a sociedade que esteja sob o controle do Estado ou sob o controle privado e, se a opção for a segunda, que haja uma regulação de fato eficiente e que os recursos sirvam sumariamente para questões de longo prazo, e não para pagar uma folha, porque, caso contrário, faz uma receita extraordinária mas, no ano seguinte, tudo segue como antes”, explicou.
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A respeito das referências constantes que Leite faz sobre os planos de reformar a matriz tributária, o futuro secretário lembrou que está em discussão a possibilidade de uma reforma nacional que venha a impactar a todos os estados, e que qualquer proposta no âmbito estadual precisa levar isso em conta. Citou a necessidade de simplificação para além do tamanho da carga e defendeu regras claras em relação aos incentivos fiscais. “A concessão de incentivos fiscais precisa estar ligada à transparência para a sociedade a respeito dos custos e a uma avaliação econômica dos benefícios. Não se trata de anunciar mudança específica, mas é necessário que existam, pelo menos, essas duas diretrizes”, argumentou.
Sobre se há medidas em estudo para diminuir o peso da folha de pagamento e, em especial, do pagamento de inativos sobre as contas, Cardoso afirmou que o problema não é exclusivo do RS e defendeu a realização da reforma previdenciária. “Espera-se que o governo federal traga este debate, e ele deve ter rebate nos planos previdenciários estaduais. Tanto no caso do RS, como no país, há a necessidade de estabilidade previdenciária a longo prazo, mas há que se pensar também em um equacionamento financeiro de curto prazo. Não basta resolver o atuarial e o fluxo de caixa seguir demandando bilhões e bilhões. Tenho a impressão de que isso será tratado de forma coletiva e isso é bom, porque não estamos falando do déficit de um ente só, mas de uma questão sistêmica sobre a população. Acredito que será tratada nacionalmente e que o Estado poderá fazer uma complementação”, disse.
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O futuro secretário da Fazenda listou ainda o fato de o Estado não estar conseguindo pagar servidores, fornecedores e outras obrigações em dia como uma das urgências a serem resolvidas. Ele disse ainda que está estudando a fundo as despesas e defendeu a prorrogação das alíquotas do ICMS como “um horizonte mínimo para uma reforma tributária mais ampla”.
Cardoso, atualmente superintendente de Crédito do BNDES, retornou de férias nessa segunda-feira, e informou que a partir da próxima semana realizará viagens regulares ao Rio Grande do Sul até janeiro e adiantou que possivelmente trará “uma ou duas pessoas” com as quais já trabalhou para integrarem sua equipe. Mas ressalvou que o foco da formação serão os servidores da Fazenda.