Agências reguladoras dos EUA investigam unidade do Banco Espírito Santo em Miami

Agências reguladoras dos EUA investigam unidade do Banco Espírito Santo em Miami

Medida é para decifrar a situação das finanças por trás do colapso do império de negócios português

AE

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Diversas agências regulatórias americanas estão investigando a unidade do Banco Espírito Santo (BES) em Miami, informaram autoridades bancárias. Essa é a mais recente medida dentro de um amplo esforço multinacional para decifrar a situação das finanças por trás do colapso do império de negócios português.

A Comissão de Segurança e Câmbio e a Corporação Federal de Seguro de Depósitos (FDIC), com o regulador financeiro da Flórida e uma organização de autorregulação de Wall Street, estão investigando os negócios de uma unidade do BES em Miami com uma filial do banco no Panamá. Praticamente todos os negócios do banco no Panamá eram feitos com várias divisões do grupo Espírito Santo, de acordo com o regulador de finanças do Panamá, que assumiu o controle do banco em julho.

"Foram descobertas muitas coisas que eram inapropriadas e eu não estou tentando consertar isso", afirmou o executivo-chefe do BES em Miami, G. Frederick Reinhardt, que entrou na instituição em 2012. Ele informou à Autoridade Regulatória da Indústria Financeira (Finra, na sigla em inglês) sobre as transações no Panamá quando o banco as descobriu no ano passado.

O banco de Miami opera como uma divisão da companhia Espírito Santo. A unidade atendeu a sul-americanos de alta renda, ajudando a gerir suas fortunas e a investir no estado da Flórida. Foram declarados US$ 751 milhões em ativos em 30 de junho.

Apesar de relativamente pequeno, o banco de Miami teve um papel importante no império Espírito Santo. Depois que o governo nacionalizou a instituição em 1975, a família Espírito Santo foi para o estado para reconstruir seus negócios. A família comprou o banco português de volta em 1991.

A maneira como os gerentes no banco de Miami, incluindo Jorge Leite Espírito Santo Silva, maior representante da família nos EUA, conduziram os negócios dos clientes no banco panamenho violaram as regras internas do banco e podem ter infringido leis estaduais e federais bancárias e de segurança, de acordo com atuais e ex-funcionários de instituições financeiras.

Jorge Espírito Santo foi demitido em 22 de julho por falhar "em aderir a políticas internas e procedimentos da empresa relativos a clientes ou empresas afiliadas", segundo a Finra. Nessa época, os clientes do banco de Miami retiraram mais de US$ 200 milhões em depósitos e contas de corretagem, de acordo com autoridades bancárias. O próprio Banco Espírito Santo, enfrentando uma crise de liquidez, forneceu um empréstimo ao banco de Miami.

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