Agnelo apresenta cópia de declaração de IR à CPI do Cachoeira
Governador do DF disse que seu patrimônio é compatível com a renda que possui
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O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) interveio, apresentando questão de ordem para esclarecer que a CPI precisa formalizar na forma de requerimento o pedido para ter acesso a quebra de sigilo do governador. “Acho nobre a sua atitude, mas, para termos acesso a esses dados, precisamos que isso seja formalizado”, disse. Em seguida, o relator recebeu requerimento assinado por 16 parlamentares solicitando a quebra dos sigilos do governador.
Mais cedo, Agnelo Queiroz autorizou a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico. “Meu patrimônio hoje é bem modesto para um médico com mais de 30 anos de trabalho”, disse. “Quem não deve não teme”, completou.
Governador diz que DF não tem contrato com produtora de eventos
Durante a sessão, o deputado Felipe Pereira (PSC-RJ) questionou o governador do Distrito Federal sobre sua eventual ligação com Jamil Elias Suaiden, dono da empresa F.J. Produções. Segundo o deputado, que é um dos autores do requerimento de convocação do governador, Agnelo teria comprado uma casa de Suaiden. “Eu não conheço esse senhor e estou sendo informado agora pela assessoria que ele é dono de uma produtora”, disse Agnelo.
Pereira ainda questionou sobre a existência de contratos do governo do DF com a F.J. Produções. Segundo o governador, não existem contratos vigentes com a empresa.
A mansão que Agnelo e sua esposa compraram em 2007 tinham como proprietários o advogado Glauco Alves e Santos e a mulher dele, Juliana Roriz Suaiden Alves e Santos. Juliana é irmã de Jamil Elias Suaiden, dono da F.J. Produções.
Informações publicadas na imprensa apontam para suspeitas de que, durante o período em que Agnelo foi diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ele teria favorecido a F.J. Produções, que venceu um leilão de registro de preços para realizar 260 eventos.
O advogado Glauco Alves, por sua vez, é dono da importadora de medicamentos Saúde Import. Um ano antes da liberação da empresa pela Anvisa, ele vendeu a casa para Agnelo. A Anvisa concluiu, em sindicância, que o petista não teve responsabilidade administrativa pela autorização de funcionamento da importadora.
Petista afirma que foi vítima de grampo ilegal
Ainda declarando defesa, Agnelo Queiroz afirmou que foi vítima de grampo ilegal. Segundo ele, 300 telefones de pessoas na capital foram alvos de interceptações clandestinas. Ele negou com veemência a suspeita de que partiria do governo dele as gravações de telefonemas feitos fora da lei. "Eu fui vítima disso", afirmou. "Jamais posso admitir qualquer atitude que ocorra neste sentido", disse, ressaltando ter determinado à Polícia Civil do DF a abertura de inquérito para apurar os fatos.
Agnelo declarou que esquemas de espionagem e arapongagem são práticas recorrentes na capital federal. Segundo ele, "muitos desses grupos criminosos" que se valem das interceptações ilegais são aqueles que "anunciaram várias vezes" que ele iria cair.
O governador disse que colocou um grupo de delegados e investigadores com "maior expertise" para apurar as suspeitas de grampo ilegal. A apuração foi aberta em fevereiro e ainda não foi concluída. "Não é para jogar para plateia", afirmou. "Eu tenho certeza que nós desmontaremos (o esquema de arapongagem)", completou.
Com informações da Agência Câmara de Notícias e Agência Estado