AGU vai propor ação por dano moral contra golpistas que depredaram os Três Poderes

AGU vai propor ação por dano moral contra golpistas que depredaram os Três Poderes

Órgão já atua em um processo que pediu bloqueio de R$ 18,5 milhões de suspeitos

AE

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O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou nesta quarta-feira, 25, que o órgão prepara uma ação de dano moral coletivo que terá como alvo participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro, quando prédios na praça dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidos e depredados por bolsonaristas. A AGU já atua em um processo que pediu o bloqueio de R$ 18,5 milhões de bens dos golpistas suspeitos de participarem dos atos. Esse valor é baseado em uma estimativa, segundo Messias, e pode ser elevado no decorrer das investigações. "Essas pessoas estão sujeitas na reparação ao dano ao erário. O valor que nós apresentamos até então é uma estimativa de dano que foi confeccionado a partir da atuação de três Poderes, mas não se esgota nos R$ 18,5 milhões. É muito possível que o valor exceda", disse.

"Para além da reestimativa que está sendo conduzida atualmente, ainda há o dano imaterial, o dano moral coletivo. Então tudo isso está sendo estudado, construído, para apresentar oportunamente à Justiça Federal de Brasília, que tem conduzido com muita competência e atenção todos esses processos", afirmou o AGU, em café com jornalistas na manhã desta quarta-feira. Questionado sobre a responsabilização de autoridades, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, Messias assegurou que todos os agentes públicos e pessoas privadas que participaram do evento, até mesmo intelectualmente, serão responsabilizados.

"Sobre a questão da responsabilização do ex-presidente, vários agentes públicos estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal. Então, todos os agentes que, de alguma maneira, no curso das investigações, tiverem comprovadamente participado do processo, terão a sua responsabilização decidida. É uma questão processual, e a nossa atuação é muito técnica nesse sentido", afirmou Messias. "Aqui nós não perseguimos; nós não colocamos em relação às pessoas, mas aos fatos", acrescentou.

O Estadão perguntou ao ministro se espera que Anderson Torres seja condenado. "Vamos esperar as investigações. Não tenho como adiantar. Ele está preso com base em uma cautelar. A investigação está em curso, ele vai ser ouvido. Mas aqui eu respeito o devido processo legal e o Estado de direito. Vamos esperar", ponderou.


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