Alertas de garimpo ilegal zeram pela primeira vez em reserva ianomâmi

Alertas de garimpo ilegal zeram pela primeira vez em reserva ianomâmi

Este resultado sem precedentes tem como base o monitoramento feito por satélite

AFP

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Os alertas de novas explorações de garimpo ilegal na reserva indígena ianomâmi, na região Norte do Brasil, cessaram durante mais de um mês pela primeira vez desde o início do monitoramento, em meio a uma operação governamental contra as invasões.

"Esta é a primeira vez, desde o início deste tipo de monitoramento, em agosto de 2020, que se observa a ausência de alertas de garimpos por um período tão longo de tempo", informou a Polícia Federal (PF) em comunicado.

Este resultado sem precedentes na maior reserva indígena do país tem como base o monitoramento feito por satélite, que detectou, no dia 6 de maio, um alerta de exploração em uma nova área pela última vez.

Desde então, até 8 de junho, não houve novos registros nesses controles diários, detalhou a PF.

Trata-se de uma redução "drástica" do surgimento de novas áreas de atividade ilegal na região, onde houve 538 alertas entre abril e maio de 2022, contra 33 no mesmo período deste ano.

A reserva é o lar de aproximadamente 30.400 indígenas, no estado de Roraima, e vivencia uma situação crítica há anos, principalmente devido às invasões de garimpeiros.

Os indígenas os acusam de violentar e assassinar membros de sua comunidade, ao mesmo tempo em que privam os nativos de um de seus principais meios de subsistência, a pesca, ao contaminarem os rios com mercúrio.

Desde fevereiro, o governo Lula montou uma operação na reserva para expulsar os garimpeiros. Muitos deles deixaram a região, enquanto outros têm enfrentado as forças de segurança e ainda resistem.

Segundo a PF, as ações da denominada "Operação Libertação" - integrada por policiais, militares e agentes dos órgãos governamentais de proteção do meio ambiente - derivaram em mais de 80 procedimentos investigativos sobre crimes na região, desde lavagem de dinheiro e garimpo ilegal até tráfico de pessoas.

Depois de uma fase inicial, a operação agora terá como foco capturar os "criminosos" que se negaram a deixar as terras voluntariamente, segundo a PF.

Além disso, haverá ocupação das áreas liberadas dentro da reserva e serão estabelecidos serviços básicos para os indígenas ianomâmi, uma população gravemente afetada pela desnutrição infantil.


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