Andrade Gutierrez admite cartel em obras de estádios da Copa 2014

Andrade Gutierrez admite cartel em obras de estádios da Copa 2014

Construtora fechou acordo no âmbito da Operação Lava Jato

AE

Maracanã é um dos locais investigados pelo Cade

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) investiga a formação de cartel para as licitações de estádios da Copa do Mundo de 2014. A investigação decorre de acordo de leniência fechado com a Andrade Gutierrez e executivos da empresa no âmbito da Operação Lava Jato. É a terceira leniência firmada com a Andrade pelo Cade e a sétima resultante da Operação Lava Jato.



São suspeitas de combinar lances e fraudar as licitações, além da própria Andrade Gutierrez, a Odebrecht, Camargo Corrêa, OAS, Queiroz Galvão, Carioca Christiani Nielsen Engenharia, além de 25 funcionários e ex-funcionários destas empresas.

De acordo com o Cade, a Andrade Gutierrez apresentou indícios de conluio entre os concorrentes das licitações em pelo menos cinco estádios - Maracanã, no Rio de Janeiro, Arena Pernambuco, no Recife e Mineirão, em Belo Horizonte. No caso do estádio mineiro, o cartel foi frustrado quando a modalidade foi alterada de licitação por Parceria Público-Privada (PPP) e as empresas decidiram não participar das obras.

A Andrade Gutierrez delatou cartel em outras duas arenas, que estão sendo mantidas em sigilo para não atrapalhar as investigações. A construtora indicou ainda que pode ter havido cartel nas licitações de obras na Arena Castelão, em Fortaleza, Arena das Dunas, em Natal, e Arena Fonte Nova, em Salvador, mas a construtora disse não ter participado diretamente dos certames. Além disso, houve combinação de que uma das empresas ficaria com as obras do estádio do Morumbi, em São Paulo, mas o local não foi o escolhido como oficial para a Copa.

Pelo acordo de leniência, a empresa delata ao Cade a prática anticompetitiva em troca de se livrar de condenação do conselho. O acordo foi negociado por 11 meses pelo Cade paralelamente à negociação de delação premiada pelo Ministério Público Federal e fechado em outubro, mas mantido em sigilo até agora.

Segundo o relato da Andrade Gutierrez, as construtoras teriam iniciado os contatos ainda em outubro de 2007, quando o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo. As empresas fizeram um acordo em que cada uma indicou qual obra teria interesse e combinaram lances que seriam propostos, subcontratação e formação de consórcios que seriam feitas após a licitação.

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