Ao menos 12 jornalistas são agredidos por extremistas durante atos de vandalismo em Brasília

Ao menos 12 jornalistas são agredidos por extremistas durante atos de vandalismo em Brasília

Contabilizados pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, os relatos incluem agressões, roubos e danos a equipamentos

R7

Contabilizados pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, os relatos incluem agressões, roubos e danos a equipamentos

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Pelo menos 12 jornalistas e profissionais de imprensa relatam agressões por extremistas durante a cobertura dos atos de vandalismo ocorridos neste domingo (8), em Brasília. As informações estão sendo levantadas pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal. Segundo o órgão, os casos envolvem agressões físicas e verbais, ameaças com arma de fogo, roubos e danos a equipamentos.

Um repórter do jornal O Tempo foi agredido por vândalos que chegaram a apontar uma arma de fogo contra ele. Um repórter da TV Band teve o celular destruído enquanto filmava o ato.

Segundo relatado ao sindicato, uma repórter fotográfica do Metrópoles foi derrubada e espancada por dez homens, além de ter o equipamento danificado. Um repórter da Agência France Presse (AFP) teve o equipamento e o celular roubados e foi agredido.

A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) repudiou, por meio de nota, as invasões e os atos de vandalismo no Palácio do Planalto e nos prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) que ocorreram na tarde deste domingo (8).

"Este tipo de ação fere a liberdade de imprensa e o direito à informação resguardados pela lei maior", afirma a Abratel. A associação também "considera inadmissível todo ato que desmoralize a atuação do jornalismo e dos profissionais de comunicação. Esta associação sempre se posiciona e sempre se posicionará a favor da liberdade de imprensa".

Um repórter fotográfico da Folha também teve o equipamento roubado. Outro profissional da Agência Reuters teve o material de trabalho e o celular roubados.

Um repórter da Agência Brasil teve o crachá puxado pelas costas e ficou com escoriações no pescoço. Uma jornalista e analista política que trabalha para o portal Brasil 247 foi ameaçada e teve de apagar os registros feitos no celular.

A reportagem do jornal O Globo testemunhou uma repórter da revista New Yorker ser agredida com chutes e derrubada no chão. Uma repórter da Jovem Pan também foi atacada e teve uma arma apontada contra ela.

Os últimos relatos são de uma repórter que trabalha para o jornal Washington Post e um repórter fotográfico do jornal Poder360. A primeira disse ter sido agredida fisicamente pelos extremistas, que quebraram seus óculos e tentaram levar seu celular. O segundo também foi agredido e sofreu tentativa de furto de seus equipamentos de trabalho.

O sindicato e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) manifestaram seu “mais profundo repúdio" aos atos ocorridos neste domingo na Esplanada dos Ministérios e à violência contra profissionais da imprensa, impedidos de realizar seu trabalho com segurança.

Invasões

Vídeos publicados nas redes sociais mostram o momento em que os extremistas subiram a rampa do Congresso Nacional e invadiram a parte superior, onde ficam as cúpulas do Senado e da Câmara dos Deputados, além do Salão Verde, dentro do edifício.

Depois, o grupo invadiu o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, local de onde o presidente da República despacha, em Brasília.

Manifestantes invadiram, ainda, o edifício do STF. No local, vidros foram quebrados e objetos, destruídos nas dependências da Corte. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram a porta arrancada do armário que o ministro Alexandre de Moraes utiliza para guardar a toga.

No início da madrugada de segunda (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afastou o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo por, pelo menos, 90 dias e deu o prazo de 24 horas para que os acampamentos dos manifestantes sejam desmontados. Nesta segunda (9), a Polícia Militar do DF (PMDF) foi enviada ao Quartel-General do Exército e os manifestantes começaram a ser retirados do local.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decretou intervenção federal na segurança do DF. Ainda nesta segunda, o Congresso Nacional se reunirá para votar o decreto.

A vice-governadora, Celina Leão (PP), assumiu o Governo do DF e o presidente da Câmara Legislativa do DF, Wellington Luiz (MDB), afirmou que convocará sessão extraordinária para discutir o afastamento do governador e os atos antidemocráticos.


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