Após ata do Copom, Alckmin diz que não vê razão para Selic não cair

Após ata do Copom, Alckmin diz que não vê razão para Selic não cair

Vice-presidente afirmou estar confiante na redução da taxa; ministros também cobram do Banco Central o corte do indicador

R7

Geraldo Alckmin se reuniu com entidades e governadores para debater a questão

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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse nesta terça-feira (27) que não vê razão para o Banco Central não reduzir a taxa básica de juros da economia, a Selic, após o Comitê de Política Monetária (Copom) da entidade divulgar que a continuidade da deflação, verificada nos últimos meses, pode possibilitar a redução do índice em agosto. A Selic está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022.

“Não vejo razão para os juros não caírem. Estamos confiantes [de que a taxa vai reduzir]”, declarou Alckmin a jornalistas no Palácio do Planalto. Além dele, ministros do governo defenderam a queda da Selic após o comunicado do Copom.

Segundo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, qualquer redução da taxa vai ajudar a economia nacional. “A economia vive de expectativas. Se vai ser 0,25 a 0,5 [pontos percentuais], isso já vai ser um sinal para que investidores voltem a olhar para o Brasil, para que o setor empresarial e o setor de serviços possam estar pensando em investimentos a médio prazo. Qualquer 0,25 [de redução] vai permitir que o nosso setor produtivo possa planilhar os seus custos”, destacou.

Tebet criticou a postura do Banco Central em relação à taxa de juros e os comunicados emitidos pelo banco sobre a Selic. Na semana passada, quando o Copom manteve o indicador em 13,75% ao ano pela sétima vez seguida, o órgão informou que não tinha previsão de reduzir a taxa em um futuro próximo. Nesta terça, contudo, o BC divulgou a ata da última reunião do Copom e admitiu que pode cortar a Selic no próximo encontro, em agosto.

“A impressão que fica é de que o comunicado é feito por um órgão, e a ata é feita por outro. Porque vem o comunicado ‘hard’ e a ata ‘soft’. Não dá para entender. Para quê estressar o Brasil, criar atritos desnecessários?”, questionou a ministra, acrescentando que a ata desta terça mostra que “o Brasil está no caminho certo”. Tebet afirmou ainda que “a ata mostra que nós estamos plantando segurança jurídica, previsibilidade, garantindo projeção clara para o futuro.”

As declarações de Tebet ocorreram após o anúncio do Plano Safra 2023/2024, programa de financiamento da agricultura e da pecuária empresarial no país. Durante a cerimônia, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, fez duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e cobrou que o Senado o convoque para prestar esclarecimentos.

"Como senador da República, temos que convocar o presidente do Banco Central. Temos que saber qual é a responsabilidade dele com o Brasil. Qual sentido se faz de ter taxa básica de juros, a Selic, de 13,75%. O que ele pensa dos empregos, do desenvolvimento desse país? Quem aprovou o nome dele foi o Senado Federal, e ao aprová-lo foi nessas bases e nesses compromissos.”


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