Após confusão, debate sobre violência nas redes é encerrado na Assembleia

Após confusão, debate sobre violência nas redes é encerrado na Assembleia

Evento foi organizado para lançar a Frente Parlamentar gaúcha contra a violência na Internet e pelo Humaniza Redes

Correio do Povo

Bate-boca começou após fala de jovem

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Um evento organizado para lançar a Frente Parlamentar gaúcha contra a violência na Internet e pelo Humaniza Redes por pouco não terminou em confusão na noite desta quarta-feira, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Os deputados Manuela D’Ávila (PC do B) e Jorge Pozzobom (PSDB) e os jornalistas Juremir Machado da Silva, Luciano Potter e Moisés Mendes debatiam a violência nas redes sociais quando foram interrompidos por gritos e insultos vindos de um grupo contrário ao que chamaram de “comunistas”.

Anderson Girotto, da coordenação do MST no Rio Grande do Sul, falava sobre o momento que vive o Brasil e o ódio de parte da sociedade contra os pobres. “Esse tema dos ódios veio para as redes porque ele é muito entranhado na nossa sociedade e na nossa forma de viver. Quando a gente não respeita o outro, de qualquer forma, estamos colocando o nosso ódio para fora. Outra coisa que não admitimos, é que o ódio é nosso. A primeira coisa, não buscamos combater o nosso ódio. Sempre vemos o ódio dos outros. Neste momento que estamos passando no Brasil, esse ódio veio mais forte. É o ódio dos pobres. O ódio contra aqueles que não tiveram nada... (vaias)”, encerrou Girotto.

A partir dessa atitude, os manifestantes começaram a vaiar, gritas, acusar e a falar palavras de baixo calão. Logo em seguida, começaram a falar em coro: “Verde e amarelo, sem foice e sem martelo”.

Girotto tentou continuar falando, mas foi interrompido pela deputada Manuela D’Ávila que, depois de pedir desculpas para o representante do MST e para os convidados. “Não vamos deixar a nossa atividade se encerrar com atos de violência, que é o que os provocadores querem. Queria agradecer para aqueles que foram bastante educados, se inscreveram e fizeram perguntas. Assim como tu do Partido Pirata (deputada aponta para um dos participantes), que também foi. Essa diversidade que queríamos ouvir. A daqueles que respeitam e fazem perguntas justas. A censura que está acontecendo agora não é a intenção de nenhum de nós”, encerrou D’Ávila.

Na sequência, a deputada Manuela e o jornalista Juremir Machado usaram as redes sociais para lamentar o fato.
“A vida nos mostra o quão justa foi nossa atividade. A turma do ódio chegou para gritar. Tivemos q acabar para manter a integridade de todos. Contra o ódio na vida e nas redes!”, escreveu a deputada Manuela em suas redes sociais, após a confusão.

Grupo queria atacar Manuela, relata Juremir

O professor e jornalista Juremir Machado da Silva explicou que a confusão começou por volta das 20h30min, provocada “por um grupo de direita que queria atacar a deputada Manuela e boicotar o evento, dizendo que não havia contraponto. Se percebia que era um grupo organizado porque gritavam todos a mesma coisa: ‘Verde e amarelo, sem foice nem martelo’. Houve muita confusão e gritaria”, relatou.

O jornalista confirmou que o grupo proferiu insultos contra a deputada Manuela D’Àvila e atacou o restante da mesa, cujos integrantes foram chamados de “elite esquerdista”.

“F.O.D.A.S.C.E”

Ao local, o grupo autointitulou-se como “Frente de Opressão de Abobados, Socialistas, Comunistas e Esquerdistas - F.O.D.A.S.C.E”. Por meio de um planfletou, o grupo acusou a deputada Manuela de querer “censurar tudo o que odeia”. No entendimento deles, os jornalistas Moisés Mendes e Juremir Machado da Silva também fazem uso do “discurso do ódio”.

Assista abaixo ao vídeo do evento na íntegra. A confusão começou
por volta das 2h05


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