Após fim de CPI da Educação, vereadores de Porto Alegre reforçam divergência sobre relatório

Após fim de CPI da Educação, vereadores de Porto Alegre reforçam divergência sobre relatório

Em entrevista, Mari Pimentel e Mauro Pinheiro voltaram a debater sobre pontos investigados pela Câmara

Correio do Povo

Mauro Pinheiro, à esquerda, foi relator de ambas as CPIs. Mari Pimentel presidiu a de 'oposição'

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As sessões de ambas as CPIs da Educação da Câmara de Porto Alegre acabaram, mas as divergências sobre o relatório final e os fatos incorridos, não. Os vereadores Mauro Pinheiro (PL), que foi relator de ambas as comissões, e Mari Pimentel (Novo), que presidiu o colegiado "de oposição", debateram novamente sobre pontos levantados nas investigações da Casa. 

A CPI, criada para investigar supostas irregularidades da Secretaria de Educação na aquisição de materiais, teve dois relatórios no final de seus trabalhos. O oficial, de autoria do relator, e um paralelo, elaborado por Mari. Neste último, consta a provável existência de um cartel entre as empresas com que a prefeitura realizou contratos e acusa a participação e influência da ex-secretária Sônia Maria da Rosa nas compras suspeitas. O assunto não consta no documento produzido pelo relator e foi debatido entre os vereadores durante o programa "Esfera Pública", da Rádio Guaíba, nesta quarta-feira.

Apesar de o relatório elaborado por Mauro questionar a atuação do empresário Jailson Ferreira, que tem relação de duas das empresas que negociaram com a Capital; Mari defende que há uma explícita relação de cartel entre as companhias, envolvendo Jailson, representante da Inca (que vendeu livros para Porto Alegre) e dono de empresas que competiram no certame; e o secretário Sérgio Bento de Araújo, dono da Inca e parente de familiares que detém outras empresas que também apresentaram orçamento para Capital. Além da relação entre ambos, há evidências, segundo a vereadora, nos balancetes anuais das empresas. 

O documento, entretanto, não foi entregue ao relator, afirmou Mauro, que disse não poder afirmar aquilo não tem como provar através de documentos. O vereador também afirmou ser "estranho" o fato de Sônia ter comparecido à CPI com um advogado que é o mesmo advogado contratado pela prefeitura para realização de contratos. Mas, novamente, afirmou que "estranho não é crime". "Não tenho condições de dizer que a (ex) secretária cometeu crime, mas tem que investigar", afirmou. 

Mari também questionou o colega sobre atuação de Sônia, que além da compra, teria recebido os materiais. O vereador, porém, disse que "são processos de gestão". Para a vereadora, entretanto, houve uma "licença" para a secretária gastar que nenhuma outra teve e, nesse imbróglio, crimes de fraude à licitação, sobrepreço e a realização de cartel ocorreram. "Eu não vou negar a realidade", disse. 


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