Após negar acusações, Maggi deve ficar no governo

Denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como líder do esquema de corrupção que está sendo investigado no Mato Grosso, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, nega ter participado de qualquer irregularidade, durante sua passagem pela Expointer, em Esteio. Maggi deve se encontrar hoje com o presidente Michel Temer, mas as chances de perder o cargo são remotas. “No momento em que eu sentir e o próprio presidente Temer achar que eu não devo permanecer e que isso venha a atrapalhar qualquer coisa no ministério, serei o primeiro a ir embora”. O ministro não foi instado por Temer a antecipar sua volta a Brasília para se explicar sobre as denúncias.

Em delação premiada, o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) acusou Maggi de participar de um esquema de corrupção no Estado. Segundo Silval, os deputados estaduais recebiam um “mensalinho” para não denunciar fraudes e desvios do governo na Assembleia Legislativa. Barbosa foi vice de Maggi entre 2003 e 2010. No ano seguinte, foi eleito para o cargo e sucedeu Maggi.

Sobre as acusações, Blairo disse que sempre deixou “bem claro que não aceitaria este tipo de situação”, ao admitir que foi procurado por lideranças da Assembleia Legislativa do Mato Grosso para participar do esquema de propinas. “É uma acusação sensacionalista, de pessoas que estão na cadeia, saem e contam alguma história, e o Ministério Público aceita a história”, disse. Ele afirma que, à época, não fez nenhuma denúncia. “Porque eu botei dentro do orçamento, construímos um novo orçamento e foi embora.” Na sexta-feira, o Supremo autorizou a abertura de inquérito que investiga Maggi por crime de organização criminosa.