Apesar de criticada, Ana de Hollanda diz que não lhe faltou apoio político

Apesar de criticada, Ana de Hollanda diz que não lhe faltou apoio político

Ex-ministra foi substituída na pasta da Cultura por Marta Suplicy

Agência Brasil

Marta Suplicy assume o Ministério da Cutura no lugar de Ana de Hollanda

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Após a posse de Marta Suplicy no Ministério da Cultura nesta quinta-feira, a ex-ministra Ana de Hollanda avaliou como positivo o saldo de seus 20 meses à frente da pasta. Embora desgastada por críticas e polêmicas ao longo da gestão, ela disse não ter lhe faltado apoio político, mesmo que vários e importantes projetos de leis encaminhados à Casa Civil não tenham avançado. É o caso da reforma da Lei de Direito Autoral (Lei nº 9.610) e da regulamentação do Estatuto dos Museus.

“Não acredito (que o governo não tenha dado o devido apoio). O que acontece é que a presidenta gosta de tudo muito detalhado e o ministério lida com temas transversais, que envolvem outros ministérios. Tudo, portanto, tem que ser muito discutido e é natural que haja uma demora”, afirmou Ana de Hollanda, dizendo que sua sucessora dará continuidade a muitos dos projetos. “Eles estão sendo tocados e vão ser tocados”.

Cantora, compositora e gestora cultural, Ana de Hollanda foi substituída pela senadora petista, que assumiu dizendo que pretende trabalhar para o fortalecimento da produção nacional e pela recuperação do patrimônio cultural do país. A ex-ministra recordou o trabalho desenvolvido na pasta. “Criamos toda uma nova infraestrutura para o ministério crescer. Criamos a Secretaria de Economia Criativa, propusemos novas discussões, pagamos todo o passivo (dívidas) relativo aos pontos de Cultura, conquistamos a confiança para avançarmos e obtermos um orçamento bem melhor”, declarou Ana de Hollanda à Agência Brasil, referindo-se à proposta orçamentária de quase R$ 3 bilhões aprovada pelo Ministério do Planejamento. O valor, o maior da história do ministério, é, segundo a assessoria, 54% superior ao de 2011, quando Ana de Hollanda assumiu o cargo. E pode atingir os R$ 5 bilhões com o montante autorizado a ser captado por meio das leis de incentivo fiscal.

A coordenadora do Pontão de Articulação da Comissão Nacional de pontos de Cultura, Patrícia Ferraz, garantiu que, ao contrário do que diz a ex-ministra, nem todo o passivo financeiro com os pontos de Cultura foi pago. “Avaliando o todo, a realidade não é esta. Não só o passivo não foi todo pago, como o ministério deixou de pagar ou pagou com muitos meses de atraso as parcelas dos convênios a vários pontos de Cultura. Além disso, desde 2010, o ministério não lança um edital para novos pontos. Na última gestão, o Programa Cultura Viva foi desmontado”, afirmou Patrícia, por telefone.

Presente à cerimônia de transmissão de cargo, o ator e diretor teatral José Celso Martinez Corrêa disse que a expectativa da classe artística aumenta com a chegada de Marta Suplicy. “A Marta tem mais visibilidade. É uma mulher mais atirada. A Ana é maravilhosa, mas é tímida. Nossa expectativa agora é muito maior.”

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