Assembleia aprova entrada do Estado no Regime de Recuperação Fiscal

Assembleia aprova entrada do Estado no Regime de Recuperação Fiscal

Todos os projetos apresentados pelo Executivo na sessão foram aprovados

Flávia Simões*

Posse da nova Mesa Diretora ocorre na próxima segunda-feira, dia 31

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A Assembleia Legislativa aprovou, com 37 votos favoráveis e 14 contrários, nesta terça-feira, as alterações na lei gaúcha do Regime de Recuperação Fiscal. O projeto prevê mudança nos paramêtros da lei para que o governo possa aderir ao regime de recuperação fiscal do governo federal.  Na mesma sessão, os parlamentares aprovaram outros projetos do Executivo, entre eles, a Reforma na Previdência dos Militares.

Contrários ao projeto, deputados da bancada do PT alegaram que a aprovação do projeto seria uma “intervenção (do governo federal) consentida pelo Estado”, além de significar uma perda de autonomia do Estado. “Haverá uma redução do orçamento público nas áreas dos serviços públicos mais essenciais”, reforçou o deputado Pepe Vargas (PT). A deputada Sofia Cavedon (PT) ainda alertou para o teto de gastos que o Estado seria submetido.

Luciana Genro (PSol) afirmou que a aprovação do projeto seria uma intervenção federal nas futuras decisões do governo do Estado. “Queremos reafirmar a necessidade de o Rio Grande do Sul manter sua autonomia. A adesão vai nos levar a um buraco maior que estamos hoje”, alertou. 

O deputado Papparico Bacchi (PL) também se manifestou contrário ao projeto: “Voto contra porque estaremos dizendo que o governo federal que concordamos com essa dívida que nós temos com a União”, afirmou o deputado. “O Rio Grande do Sul tem sido explorado pela União.” 

Em contraponto, o líder do governo Frederico Antunes (PP) afirmou que, embora ele também tenha ressalvas quanto ao projeto, é necessário que seja aprovado para poder reduzir as dívidas do Estado com a União. O deputado Fabio Ostermann (Novo) justificou que a medida, além de outros projetos que tramitam na Casa – como a PEC do teto dos gastos e duodécimo – é uma das medidas para que o Estado possa sair da crise fiscal. São propostas para “Assembleia assumir seu papel na contenção de gastos do governo”, pontuou Ostermann. 

Em nota, a Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS (Sintergs) repudiou a decisão. O texto afirma que, além de “autorizar o endividamento do RS por mais 30 anos”, a medida também irá acarretar em uma precarização dos serviços públicos. “O impacto para o funcionalismo gaúcho é uma fatia das consequências nefastas do pacote”, pontou o presidente do sindicato, Antonio Augusto Medeiros.

*Sob supervisão de Mauren Xavier e Tiago Medina

 


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