Assembleia decide retomar processo de cassação de Jardel

Assembleia decide retomar processo de cassação de Jardel

Relator do caso disse que análise não será acelerada em função da votação do pacote de Sartori

Gabriel Jacobsen / Rádio Guaíba

Relator do caso disse que análise não será acelerada em função da votação do pacote de Sartori

publicidade

A Assembleia Legislativa gaúcha decidiu nesta quarta-feira que irá retomar o processo de cassação contra o deputado Mario Jardel (PSD), após a Justiça responder questionamento do Legislativo. Na noite dessa terça, a desembargadora relatora do caso afirmou que cabe à Assembleia decidir se continua ou não com o processo ético contra Jardel. O Parlamento gaúcho havia perguntado à magistrada se, diante das ausências do parlamentar aos depoimentos, o processo poderia ter seguimento na Casa.

“Com essa resposta, ficamos mais tranquilos para dar pleno reinício ao processo”, avaliou o procurador-geral da Assembleia, Fernando Ferreira.

O deputado relator do caso Jardel na Subcomissão de Ética, Sérgio Turra (PP), garante que a velocidade do processo contra o deputado do PSD não será pautada pela apreciação do pacote de Sartori na Assembleia.

“Embora ela não tenha efetivamente dito o próximo trâmite, ela deixou claro nas entrelinhas que a Assembleia pode continuar o processo normalmente. Faremos o possível para agilizar, dentro do tempo mínimo. Não será levada em conta a votação do pacote aqui na Casa”, disse Turra. Se Jardel for cassado, um suplente da coligação será convocado para o seu lugar.

No texto, a desembargadora diz, primeiro, que a Assembleia tem independência para tomar suas decisões, podendo haver questionamentos por parte da defesa de Jardel. Em outro trecho do despacho, Catarina Krieger Martins, diz que não o que ser declarado sobre o caso.

“Enquanto o processo se encaminha ao momento de julgamento, nada impede que o Poder Legislativo Estadual dirija, com a independência que lhe é de direito e característica, o PAD conforme internamente deliberar (…). Dessa forma, entendo que, neste momento processual, não há o que ser declarado ou provido pelo Poder Judiciário, o que não impede, em princípio, o prosseguimento do PAD pela impetrada, se já propiciado o cumprimento da decisão judicial”, escreveu a magistrada.

Em maio, atendendo a recurso do advogado de Jardel, a mesma desembargadora impediu que a cassação de mandato de Jardel fosse apreciada em plenário, apontando que o deputado deveria ser ouvido em todas as etapas do processo, o que não havia sido feito porque Jardel apresentou uma série de atestados médicos em série. Desde então, o processo retornou à subcomissão de Ética, que tentou novamente ouvir Jardel, sem sucesso.

Na última semana, após um mês ausente da Assembleia, Jardel compareceu à Casa para reativar sua senha parlamentar e possibilitar que ele e seus assessores (CCs) voltassem a receber salário.

Voto de Jardel

O voto de Jardel, que integra a base de Sartori, pode ser decisivo para que o governo consiga aprovar o pacote de medidas de reestruturação do Estado, que tem votação prevista para o período entre Natal e Ano-Novo. Nesse momento, há incerteza se Jardel, atualmente em licença médica, comparecerá à votação.

Entenda o caso


Jardel foi alvo de operação do Ministério Público em novembro do ano passado. A investigação apontou que o deputado chefiava uma quadrilha dentro do gabinete com o objetivo de se apropriar de diárias, manter funcionários fantasmas e exigir repasse de parte dos salários dos assessores.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895