Assembleia discute alternativas de socorro a produtores de leite que ficaram sem receber

Assembleia discute alternativas de socorro a produtores de leite que ficaram sem receber

Empresas de SC e do RS devem valores que podem ultrapassar R$ 1 milhão a pequenos produtores gaúchos

Ananda Müller / Rádio Guaíba

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A Assembleia Legislativa, através da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, passa a analisar medidas paliativas para socorrer pequenos produtores gaúchos que estão sem receber de empresas de resfriamento e comercialização de leite. O número total de produtores afetados pode chegar a quatro mil e o valor da dívida ultrapassar a casa de R$ 1 milhão. De acordo com o deputado Ernani Polo, do PP, a abertura de novas linhas de crédito, através do Pronaf, e a renegociação de dívidas já existentes no programa estão entre as soluções discutidas, além da parceria para renegociação de dívidas e abertura de crédito em caráter emergencial através dos bancos Sicredi e Banrisul.

Além disso, a assembleia também discutiu em audiência pública a possibilidade de trazer os fornecedores de matéria-prima para o topo da lista de credores referentes a empresas em recuperação judicial. Atualmente, eles são os últimos a receberem da massa falida. Para os agricultores afetados, o momento é de apreensão. Uma vez que a maior parte dos valores que entra no caixa é destinada à compra de insumos e necessidades veterinárias, os produtores estão encontrando dificuldades até mesmo para manter as matrizes produtivas. Do total recebido pelas empresas no momento do repasse do leite, cerca de 70% vai para o custeio da produção. O lucro final, ainda menor, fica na casa dos 15%.

A empresa Mondaí, de Santa Catarina, deve a um grupo de cerca de 150 produtores do Norte gaúcho. Os demais são credores da Promilk, de Estrela. A Promilk fala que não pode pagar o que deve em virtude de estar sem receber da catarinense LBR, envolvida no escândalo da fraude do leite. A Mondaí, investigada pelo MP catarinense na Operação Leite Adulterado, enfrenta protestos também por parte dos servidores, que dizem estar com salário atrasado.


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