Ato apoia reformas, Moro e Bolsonaro no Parcão

Ato apoia reformas, Moro e Bolsonaro no Parcão

Ao longo de quatro horas, grupo disparou críticas ao centrão e MBL

Correio do Povo

Manifestantes disseram que havia cerca de 40 mil pessoas no Parcão

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Milhares de pessoas participaram do ato em favor do presidente Jair Bolsonaro, na tarde deste domingo, na avenida Goethe, bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Manifestantes demonstraram apoio à Reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça Sérgio Moro. Entre discursos e cânticos, críticas seguidas de vaias a representantes dos partidos considerados de esquerda, do chamado “Centrão” e até mesmo ao Movimento Brasil Livre (MBL), que apoiou Bolsonaro nas eleições do ano passado.

A via ficou bloqueada durante as quatro horas de manifestação, com quatro caminhões de som.

Ao longo da tarde, apoiadores do presidente desfilavam com camisetas da Seleção Brasileira ou com retratos estampados com o rosto de Bolsonaro. Outras carregavam faixas e cartazes com críticas que, em sua maioria, se dirigiam ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Personalidades como o ministro do STF Gilmar Mendes e o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia tiveram seus nomes entre os mais criticados.

No meio da concentração, um caminhão com equipamento de som dava o tom do protesto. Em uma das laterais do veículo, grandes faixas destacavam os dizeres: “Centrão, tire suas garras do Brasil” e “STF: pare de legislar”. No alto, o locutor anunciava que Maia “caiu” e era retribuído pelo público com aplausos. Depois, dizia que havia sido apenas um tombo e que o presidente da Câmara ainda mantinha o cargo.

Animados pela Banda Loka Liberal, os participantes ouviram discursos das autoridades convidadas. “Vejo aqui verdadeiros patriotas. Temos um presidente patriota e um ministro da economia reconhecido internacionalmente a quem devemos defender”, disse o deputado estadual Luciano Zucco (PSL).

Retomada a locução, o protesto se tornava animado novamente pelas rimas da Banda Loka. As canções tinham versos identificados com os ideários dos participantes, que procuravam repetir palavras de ordem como: “A esquerda já era. E o Centrão se desespera” ou “Olê, Olê! Olê, Olê! Quero uma arma pra poder me defender”. 

Vários discursos pediram a revogação do Estatuto do Desarmamento. Algumas manifestações evocaram sentimentos de identidade nacional. “É hora de devolver o Brasil aos brasileiros. Fazer do Brasil a maior nação do mundo”, declarou o deputado federal Sanderson (PSL).

Em meio às falas, outro locutor ensinava o endereço de um site pelo qual os eleitores podem mandar mensagens para “pressionar os parlamentares” e alertava que as mensagens precisavam de alguns minutos de intervalo entre elas para que o provedor não as bloqueie.

Aplaudido, o deputado federal Marcel Van Hatten (Novo) pediu união para o fortalecimento das instituições e dos partidos políticos, mas acabou vaiado ao pedir apoio ao colega Kim Kataguiri (Dem), que vem sendo qualificado, juntamente com o Movimento Brasil Livre como “traidores” das forças que defendem o presidente Jair Bolsonaro.

Entre as falas, se ouviu algumas vezes os hinos Nacional e Rio-Grandense e houve espaço para a oração coletiva do Pai-Nosso. De forma geral, o evento transcorreu sem incidentes e encerrou com buzinaço de apoiadores no trânsito intenso e lento na rua Mostardeiro, já por volta das 17h. Segundo os organizadores do ato, 40 mil pessoas participaram. A Brigada Militar não se pronunciou sobre o número de pessoas presentes na manifestação.

Jornalistas hostilizados

Um grupo de jornalistas foi hostilizado pelos manifestantes. O grupo foi intimidado e chegou a ser vaiado por parte dos presentes. Após o episódio, eles tiveram de deixar o local. 


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