Atos em grandes cidades do país reúnem familiares e amigos de Bruno e Dom

Atos em grandes cidades do país reúnem familiares e amigos de Bruno e Dom

Jornalista e indigenista desapareceram na Amazônia no dia 5 de junho

AE

Protesto reuniu ao menos 50 pessoas na Zona Sul do Rio de Janeiro

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Uma semana depois do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, familiares, amigos e muitos apoiadores deles fazem homenagens em grandes cidades do País e cobram agilidade das autoridades nas buscas. No Rio, os sogros e um cunhado do britânico, que é casado com uma brasileira e morava em Salvador, divergem quanto à chance de eles ainda estarem vivos. Em Belém do Pará e na capital baiana, também foram registrados atos e manifestações na manhã deste domingo, 12.

Para a aposentada Maria Lúcia Farias Sampaio, de 78 anos, mãe de Alessandra Sampaio, que é casada com o jornalista britânico, "ele já não está mais entre nós". "Para ser sincera, não existe mais esperança", afirmou, durante ato promovido na manha deste domingo, 12, na orla de Copacabana, na zona sul do Rio, para cobrar das autoridades que intensifiquem as buscas pelos dois desaparecidos e tomem providências contra as violações de direitos na Amazônia. A manifestação foi organizada por amigos e familiares do jornalista britânico, que está no Brasil há 15 anos e morou no Rio, de onde se mudou há um ano para Salvador. "Estamos aqui em homenagem a Dom e Bruno", disse Maria Lúcia.

Já o sogro do jornalista, o aposentado Luiz Carlos Rocha Sampaio, de 80 anos, ainda tem esperanças. "Eu ainda alimento a esperança de encontrá-lo. Peço a Deus que não seja em vão essa nossa luta", afirmou.

O casal tem três filhos - Alessandra, casada com Philipps, continua em Salvador, de onde acompanha as buscas pelo marido. A irmã dela viajou à capital baiana assim que o sumiço foi anunciado, para fazer companhia a Alessandra. O outro irmão, o produtor Marcus Farias Sampaio, de 49 anos, participou do ato na zona sul do Rio. "A gente sabe que é muito difícil. Enquanto não houver uma resposta definitiva, a gente tem que acreditar. Mas a gente está aguardando o pior, embora tenha muita fé", afirmou.

A manifestação começou às 9 horas na avenida Atlântica, em frente ao posto 6, onde Dom fazia aulas de stand-up paddle quando morava no Rio. Às 10h20, um grupo de aproximadamente 50 pessoas segurando cartazes com fotos dos desaparecidos se reuniu para, em coro, gritar: "Onde estão Dom e Bruno?"

Relembre

Os dois estão desaparecidos desde o domingo passado, 5, quando faziam o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no Vale do Javari, na Amazônia. A polícia investiga o caso, mas até agora não chegou a nenhuma conclusão. Um suspeito de envolvimento no desaparecimento está preso e testemunhas estão protegidas pela Justiça.


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