Atraso em pagamento de peritos não compromete laudos, garante filho de Jango

Atraso em pagamento de peritos não compromete laudos, garante filho de Jango

Troca de ministras na Secretaria de Direitos Humanos gerou impasse

Lucas Rivas/Rádio Guaíba

Peritos sofreram atrasado devido a troca de comando da Secretaria de Direitos Humanos

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A troca de ministras na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência atrasou o pagamento de peritos ligados ao Instituto Nacional de Criminalística, responsáveis por um laudo de gases, que vai apontar se houve alguma irregularidade no túmulo do ex-presidente João Goulart, exumado em novembro do ano passado. O problema, porém, não deve atrasar o resultado do exame, segundo o filho do ex-presidente Jango, João Vicente Goulart. Em 1º de abril, a senadora Ideli Salvatti assumiu a Pasta antes comandada pela deputada federal Maria do Rosário, que deixou o cargo para concorrer à reeleição.

Começa exumação de Jango em São Borja
Após 19 horas, peritos concluem exumação de Jango

“Evidentemente, como em todos os departamentos públicos e todas as autarquias públicas, quando existe uma troca de ministro, muitas coisas têm que ser recalculadas ou refinanciadas, ou seja, a cotação orçamentária não existia naquele momento, mas eu estou com a palavra da ministra Ideli de que isso já foi saneado, e sem dúvida alguma isso não é a primeira vez, que acontece num departamento público”, disse.

Já o exame de toxicologia, que pode revelar se o ex-presidente João Goulart foi ou não envenenado, está sendo realizado em laboratórios na Espanha e em Portugal. As unidades receberam amostras dos ossos para análise depois que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) deu inicio ao processo investigatório. Os resultados devem sair em novembro.

Por isso, João Vicente Goulart pretende ir à Europa acompanhar de perto o resultado das análises. Após a confecção do laudo, os peritos envolvidos no processo de exumação vão se reunir para elaborar um parecer final sobre as causas da morte.

Os restos mortais de João Goulart foram transferidos a Brasília para a realização de testes que podem identificar se ele foi vítima de envenenamento ou morreu por problemas cardíacos. A exumação é parte da investigação da CNV sobre a morte do ex-presidente.

Deposto pelo regime militar, Goulart morreu no exílio, na Argentina, em 6 de dezembro de 1976. A Comissão da Verdade examina a possibilidade de o ex-presidente, que oficialmente teve como causa da morte um ataque cardíaco, ter sido assassinado no período da ditadura militar, na chamada Operação Condor, um plano organizado pelas ditaduras do Cone Sul para perseguir opositores.

Em 6 de dezembro, 37 anos após a morte, Jango foi novamente sepultado em São Borja, com honras militares. Logo após, o Congresso restituiu o mandato do trabalhista como presidente.

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