Bancada gaúcha assume na Câmara com poucas novidades e pulverização de partidos

Bancada gaúcha assume na Câmara com poucas novidades e pulverização de partidos

Deputados federais de 15 siglas tomam posse nesta quarta-feira; aumento do número de mulheres é destaque

Felipe Nabinger

PP e União Brasil discutem fusão; objetivo é se tornar maior sigla no Congresso

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A bancada federal gaúcha que assume nesta quarta-feira na Câmara tem uma fotografia similar à anterior. Com pouca renovação, somente um quarto dos 31 deputados que tomam posse em Brasília são novidades. Mesmo assim, a pulverização partidária será maior, passando de 12 para 15 siglas. Entre os oito estreantes, aliás, está o mais votado para o cargo no último pleito, Tenente Coronel Zucco (Republicanos), que somou 259 mil votos.

Embora siga tendo em sua maioria um discurso mais conservador, houve aumento da bancada de partidos no campo da esquerda, que passou de nove para 11, considerando PT, PCdoB, PSol, PSB e PDT, partidos que apoiaram o presidente Lula no Rio Grande do Sul nas últimas eleições, sendo que os trabalhistas só aderiram no segundo turno. 

Agora da situação a bancada do PT terá três estreantes: Alexandre Lindenmeyer (PT), que foi prefeito de Rio Grande e deputado estadual; Denise Pessôa (PT), que era vereadora em Caxias do Sul; e Daiana Santos (PCdoB), vereadora em Porto Alegre. A bancada também terá duas federações: PT e PCdoB, que juntos somam sete deputados; e o PSDB e Cidadania, que somam três. 

Outra mudança é o aumento do número de mulheres. Além das duas já citadas, Franciane Bayer (Republicanos) e Any Ortiz (Cidadania) também são caras novas. Junto com a reeleita Maria do Rosário (PT), indicada para compor a mesa diretora da Casa, o número de mulheres chega a seis, o dobro da legislatura passada na bancada gaúcha. E ela ainda crescerá. Isso porque o deputado reeleito Paulo Pimenta (PT) ocupa o posto de ministro-chefe da Secom. Ele toma posse, mas sua cadeira será ocupada pela suplente Reginete Bispo (PT). 

Quem também será empossado, porém não estará no dia a dia da Casa, é Danrlei (PSD), que volta a ocupar a titularidade da Secretaria de Esporte e Lazer do Estado. O suplente da sigla é o ex-prefeito de Passo Fundo e ex-deputado estadual, Luciano Azevedo. 

Além disso, mesmo antes da posse a bancada sofreu uma outra alteração. Marlon Santos (PL) perdeu a vaga para Bibo Nunes. Marlon teve o registro de candidatura indeferido e não foi diplomado.

Distribuição regional

Pouco mais de 30% dos eleitos têm como reduto eleitoral Porto Alegre e Região Metropolitana, local de maior concentração de eleitores no Estado. Um deles é o ex-prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato (União), que retoma a vaga na Câmara Federal. No entanto, há representação das regiões Central, Planalto Médio, Missões, Fronteira Oeste, Campanha e Serra, por exemplo.

A última, aliás, havia ficado sem um representante no pleito de 2018 e agora volta com dois ex-vereadores de Caxias do Sul. Além da petista Denise, Maurício Marcon (Podemos), outro estreante no Legislativo federal, tem como reduto eleitoral a região.

Pulverização de partidos

A maior bancada será a do PT, que ganhou uma cadeira na eleição do ano passado e terá seis integrantes. Da bancada atual, apenas Henrique Fontana não concorreu, os demais foram reeleitos. Alexandre Lindenmeyer e Denise Pessôa são os nomes novos na bancada. 

Em seguida está o PL, com quatro cadeiras. Na comparação com a anterior, o partido perdeu duas cadeiras, sendo uma delas a de Onyx Lorenzoni, que disputou o governo do Estado e não foi eleito, e a de Marlon Santos, que teve a candidatura impugnada. A sigla cresceu no ano passado com a migração de integrantes do PSL, Dem e PTB. Com três eleitos, o Republicanos ampliou em uma cadeira. 

Já as siglas PP, MDB e PSD perderam uma vaga cada. No caso dos dois primeiros passaram de quatro para três. No caso do PP, Jerônimo Goergen não concorreu, e no do MDB, Giovani Feltes, não se elegeu. No PSD, o partido perdeu uma vaga e ficou com apenas um representante. 

O PDT e o PSDB permanecerão com duas cadeiras cada. Porém, a nova bancada terá maior pulverização. Por exemplo, o União Brasil terá o primeiro deputado, Luiz Carlos Busato; assim como o Cidadania, com Any Ortiz, e o PCdoB, com Daiana Santos. 

Permanecerão com um deputado os partidos: PSol, Podemos, PSB e Novo.

Deputados federais pelo RS

  • PT (6): Alexandre Lindenmeyer; Elvino Bohn Gass; Denise Pessôa; Dionilso Marcon; Maria do Rosário e Paulo Pimenta
  • PL (4): Bibo Nunes; Giovani Cherini; Marcelo Moraes e Ubiratan Sanderson
  • MDB (3): Alceu Moreira; Márcio Biolchi e Osmar Terra 
  • PP (3): Afonso Hamm; Covatti Filho e Pedro Westphalen 
  • Republicanos (3): Carlos Gomes; Franciane Bayer e Tenente-coronel Zucco 
  • PDT (2): Afonso Motta e Pompeo de Mattos 
  • PSDB (2): Daniel da TV e Lucas Redecker 
  • Cidadania (1): Any Ortiz 
  • PCdoB (1): Daiana Santos 
  • PSB (1): Heitor Schuch 
  • PSol (1): Fernanda Melchionna
  • União Brasil (1): Luiz Carlos Busato
  • Novo (1): Marcel van Hattem
  • Podemos (1): Mauricio Marcon
  • PSD (1): Danrlei de Deus

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