Bolsonaristas pedem que polícia investigue membro do PCO que pediu 'salva de palmas' ao Hamas

Bolsonaristas pedem que polícia investigue membro do PCO que pediu 'salva de palmas' ao Hamas

João Pimenta, filho do presidente do partido, Rui Costa Pimenta, confirmou ser o auto de declaração

AE

publicidade

Deputados bolsonaristas pediram que a Polícia Civil de São Paulo investigue um membro do Partido da Causa Operária (PCO) por apologia ao crime de terrorismo. Em uma manifestação na Avenida Paulista no último domingo, 23, o homem pediu uma "salva de palmas" ao Hamas, à Jihad Islâmica e aos demais grupos armados pró-Palestina. O Hamas é responsável por ataques com assassinatos e sequestros de civis em Israel no início do mês.

"Eu queria fazer aqui uma… chamar uma salva de palmas pra todos os grupos armados: pro Hamas, pra Jihad Islâmica, pra todos os grupos que lutam pela Palestina! Viva o Hamas! Salve! Viva a Palestina!", diz o integrante da sigla.

No ofício enviado ao delegado-geral Artur José Dian, parlamentares como Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF) e Nikolas Ferreira (PL-MG) não informam a identidade do rapaz e pedem que isso seja feito pelos policiais. Em contato do Estadão com o PCO, João Pimenta, que integra o Comitê Central da legenda, disse que foi o autor da declaração denunciada pelos deputados. Ele é filho do presidente do partido, Rui Costa Pimenta.

"Como é publicamente sabido, o grupo terrorista Hamas tem assumido a autoria de diversos crimes e atentados ao Estado de Israel e à população judaica, com o assassinato em série de centenas cidadãos judeus e sequestros de civis, inclusive crianças", dizem os parlamentares no ofício. Ainda segundo os bolsonaristas, a fala do membro do PCO não está protegida pelo direito à liberdade de expressão porque é "a apologia e a exaltação pública de grupo reconhecidamente terrorista".

Para João Pimenta, a denúncia dos bolsonaristas é "hipócrita". "Esses senhores passaram quatro anos reclamando do cerceamento, justamente, da liberdade de expressão que o Alexandre de Moraes está provocando no país. Um verdadeiro avanço ditatorial. Aí a chave vira e de repente eles são os caçadores da liberdade de expressão. É chato falar, mas eles merecem Alexandre de Moraes. Eles fazem exatamente a mesma coisa quando é contra os inimigos deles", disse.

João Pimenta destaca ainda que o Brasil não considera o Hamas como terrorista e, por isso, a declaração dele não pode ser considerada apologia ao terrorismo. "Eles não têm autoridade moral nem política para se colocar como grandes defensores da lei e da ordem depois da bagunça que eles promoveram em Brasília no 8 de janeiro", concluiu o integrante do PCO.

 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895