Bolsonaro fala em 80% de chances para deixar o PSL

Bolsonaro fala em 80% de chances para deixar o PSL

Presidente revelou desejo de montar nova sigla do zero

Correio do Povo

Presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista para a TV Record neste domingo

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O presidente Jair Bolsonaro revelou nesse domingo que está muito próximo de deixar o PSL. Em entrevista à TV Record, ele voltou a manifestar o desejo de criar uma nova sigla, onde poderia começar do zero. "Há 80% de chances de eu sair do partido e 90% para criar um novo, que vai começar do zero, sem televisão, sem fundo partidário, sem nada. Meu sonho é criar uma sigla em que a gente possa colhere assinaturas de forma eletrônica. Até março teria esse partido", disse. 

Bolsonaro lamentou que seja colocado como responsável por tudo que acontece no PSL. "Tem uma matéria sobre mal versação da cota parlamentar. Do começo ao fim do texto, há o nome presidente Jair Bolsonaro no PSL. Eu pago a conta sobre qualquer desvio de terceiros no partido. A mesma coisa acontece no tocante ao fundo partidário. Fazem uma matéria mentirosa sobre o Eduardo Bolsonaro, dizendo que ele usou o dinheiro do fundo para comprar passagens aéreas para a sua lua de mel. É o tempo todo assim. Ou eu passo a ter o comando das ações do partido, para a gente acabar com isso daí, abrir a caixa preta, se tiver, e começar a fazer com que o fundo vá para onde tenha que ir", afirmou. 

O presidente destacou que quer transparência acima de tudo. "Eu quero transparência. Eu quero que o partido não tenha problemas para as eleições e uma possível reeleição minha em 2022. Alguns me acusam dizendo que eu quero o fundo partidário para comprar voto. Eu sou o presidente da República. Essa caneta (Bolsonaro exibe uma caneta com uma mão) tem um poder enorme. É milhares de vezes mais forte do que o fundo partidário. E não uso para buscar, angariar apoios", acrescentou. 

Caso Marielle 

Ao falar sobre o caso Marielle e as investigações policiais, Bolsonaro afirmou que se sente perseguido. Ele considerou que o caso não está encerrado e explicou que a Advocacia-Geral da União já determinou à Procuradoria-Geral da República que tome depoimentos do porteiro além do delegado de polícia envolvidos nas investigação. 

"O que não pode é uma emissora como a Globo jogar um balde de coisas sujas em cima de mim e depois ficar por isso mesmo. A emissora tem que explicar quem vazou um processo que corria em segredo de justiça. Eu fiquei sabendo disso no último dia 9, através do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Eu me surpreendi com ele porque não é natural um governador estar em Brasília numa quarta-feira, mas tudo bem. Ele me chamou num canto e disse que o processo está no Supremo. Eu perguntei sobre o processo e ouvi que era o processo da Marielle. Eu fiquei surpreso porque um governador não poderia ter acesso ao processo. Ele não pousou de bonzinho comigo não. Ele já sabia, porque muita coisa estava vazando já e porque há uma perseguição dele contra a minha família, e os que estão ao meu lado. Ele está usando a máquina pública para me perseguir. Tá comprovado que eu estava em Brasília, quando coloquei o dedo de identificação no painel de votação ou para confirmar a minha presença da Camara. Sou uma pessoa que sou constantemente perseguida", disse. 

O presidente também negou que esteja obstruindo a Justiça. "Que obstrução? Apenas falei com o meu filho. Ele foi na portaria, assim como qualquer um dos 150 moradores podem fazer. Ele colocou a data e 14 de março do ano passado e todas as ligações para a minha casa e para casa dele e filmou o áudio", relatou. 

AI-5 

A recente fala do filho Eduardo Bolsonaro sobre uma possível volta do AI-5 para coibir a esquerda no Brasil também foi abordada pelo presidente. "Para quê serve o artigo 53 da Constituição? lá está escrito que os senadores e deputados são invioláveis, civil e penalmente por quaisquer palavras ou opiniões. Ponto final. Agora, foi infeliz o garoto. Puxei a orelha dele porque falou AI-5. Se tivesse falado qualquer outra, dez! Mas o pessoal aproveita e tudo é potencializado. Agora o que eu posso falar com toda a certeza é que os meus filhos não me atrapalham. Eles têm ajudado muito a identificar pessoas que não estão na nossa linha. O Brasil mudou. Até pouco tempo atrás não existia família, e a ideologia de gênero era uma marca. Não tinha meritocracia, mas agora tem. É um presidente que respeita o Estado laico, mas é cristão. É um presidente que respeita família. Se alguém não estiver nesta linha, vai esperar no futuro o PT voltar para integrar este gabinete", completou. 

 

 


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