Bolsonaro nega participação em tentativa de golpe e diz que joga "dentro das quatro linhas"

Bolsonaro nega participação em tentativa de golpe e diz que joga "dentro das quatro linhas"

Ex-presidente ainda comentou que indicação de Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal é 'privativa' de Lula

R7

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou participação em eventual tentativa de golpe de Estado no país e voltou a afirmar que “sempre jogou dentro das quatro linhas” da Constituição Federal. As declarações foram dadas nesta quarta-feira (21) no Senado Federal. "Quem falou que eu tramei golpe? Onde está escrito? Onde apareceu meu nome em algum lugar? Eu sempre joguei dentro das quatro linhas desde o primeiro dia. E desde o primeiro dia eu sou acusado de preparar um golpe", disse.

"E se alguém está falando, se alguma autoridade que ajudou a evitar uma ditadura no Brasil, se ajudou a evitar, interferiu em algum lugar. Essa pessoa tem que ser questionada. Interferiu como e onde?", complementou.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa a julgar nesta quinta-feira (22) a ação que pode tornar Bolsonaro inelegível. Como o julgamento pode se estender por mais de um dia, a corte também reservou outras duas sessões para a continuidade da análise do caso, nos dias 27 e 29 deste mês.

A ação, que corre em sigilo, apura a conduta de Bolsonaro durante reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o ex-presidente levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas, sem apresentar provas, e atacou o sistema eleitoral brasileiro. O Ministério Público Eleitoral (MPE) já defendeu a inelegibilidade do ex-chefe do Executivo pela conduta dele no encontro com os diplomatas.

Segundo o órgão, o discurso de desconfiança sobre as eleições feito pelo ex-presidente foi capaz de afetar a convicção de parte da população brasileira na legitimidade dos resultados das urnas. Para o MPE, há indícios de abuso de poder político, abuso de autoridade, desvio de finalidade e uso indevido dos meios de comunicação por parte do ex-presidente.

Zanin

Durante questionamentos da imprensa, Bolsonaro afirmou que é “privativa” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a indicação de Cristiano Zanin para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado, inclusive, é sabatinado na manhã desta quarta-feira (21) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

"É privativo do presidente, como muita gente reclamou quando eu indiquei um 'terrivelmente evangélico' para o Supremo, que levou quatro meses para entrar em pauta a sabatina dele." Em sua declaração, Bolsonaro se referia a André Mendonça, que levou, na verdade, cinco meses para ser avaliado pelos senadores na CCJ.

Pelo regimento, cada senador membro da CCJ tem 10 minutos para formular questionamentos a Zanin, que tem o mesmo tempo para responder. São previstas também réplica e tréplica, de 5 minutos cada. A sabatina não tem limite de tempo. Ao final da reunião, senadores decidem se o advogado poderá ocupar a vaga deixada na Corte por Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril deste ano.


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