Bolsonaro volta a criticar manifestantes e os chama de "militantes" políticos

Bolsonaro volta a criticar manifestantes e os chama de "militantes" políticos

Presidente cumpriu agenda nos Estados Unidos nesta quarta-feira 

Agência Brasil

Bolsonaro disse objetivo do governo é resgatar a educação no País, que ostenta baixos níveis de avaliação

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Nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, nesta quarta-feira, os manifestantes que realizam atos em diversos pontos do Brasil contra o corte de verbas na pasta da Educação. Segundo ele, os grupos são formados por "militantes" políticos, na maior parte. 

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Ele disse que o objetivo do governo é resgatar a educação no país, que  ostenta baixos níveis de avaliação. "O que eu entendo é que grande parte (dos manifestantes) são militantes. As provas do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que têm a ver com o ensino fundamental, mostra nossa decadência desde o ano 2000, quando começou esse tipo de prova. Então, o que nós queremos é resgatar a educação, queremos que a garotada, não só do ensino fundamental, mas do ensino médio, em especial, já tenha um curso  técnico. E quem puder fazer um curso superior que tenha um diploma onde realmente esteja apto a exercer aquela profissão", disse. 

Eleições argentinas 

O presidente se reuniu na tarde desta quarta-feira em Dallas, no estado do Texas, com o ex-presidente norte-americano George W. Bush, que governou os Estados Unidos entre 2001 e 2009. Na saída do encontro, que ocorreu no escritório de Bush, o presidente brasileiro conversou com a imprensa e classificou a reunião de cordial. 

De acordo com Bolsonaro, eles trataram de vários assuntos, entre eles a crise na Venezuela e as eleições na Argentina. "Eu rapidamente passei da Venezuela para a Argentina, porque há possibilidade de voltar a senhora ex-presidente (Cristina Kirchner) e, em voltando, nós podemos correr o risco de, dada a economia deles não estar indo bem, e o populismo voltar àquele local, nós termos uma nova Venezuela no sul da América do Sul", disse o presidente.

O país vizinho realiza eleições presidenciais em outubro e o atual presidente, Maurício Macri, deverá disputar a reeleição contra sua antecessora, Cristina Kirchner. 

Nas pesquisas de intenção de voto, Kirchner tem aparecido à frente do atual mandatário do país. "Apesar de nós não nos envolvermos na política externa, como cidadão, como patriota, como democrata e amante da liberdade, nós gostaríamos que a Argentina não retrocedesse nessa questão ideológica", acrescentou Bolsonaro, em referência a uma eventual volta de Cristina Kirchner ao poder. 

Encontro com Bush 

O presidente brasileiro disse que Bush, como é tradição no país, evitou fazer qualquer comentário sobre o governo atual e voltou a reforçar o desejo de aproximação entre Brasil e Estados Unidos. "É tradição dos ex-presidentes não se envolverem na política atual, nem criticar ou elogiar o presidente de momento, mas o que ele nos falou mostra uma democracia bastante amadurecida aqui, a gente queria que isso chegasse ao Brasil", disse. 

Algumas horas após a reunião, Bolsonaro postou uma foto dos dois em sua página no Twitter e escreveu que o encontro foi "saudável" e "produtivo". "Na tarde de hoje encontrei-me com o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em seu escritório no Texas. Uma saudável e produtiva conversa. Seguimos trabalhando e buscando conquistar cada vez mais a confiança do mundo no Brasil", tuitou.  

Na tarde de hoje encontrei-me com o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em seu escritório no Texas. Uma saudável e produtiva conversa. Seguimos trabalhando e buscando conquistar cada vez mais a confiança do mundo no Brasil. 

Guerra comercial 

Na rápida entrevista concedida após a conversa com Bush, o presidente Bolsonaro fez ainda um breve comentário sobre a guerra comercial entre China e Estados Unidos. Segundo ele, o Brasil poderá ser beneficiado com a redução de transações de mercadorias entre as duas maiores potências econômicas do planeta. "Temos um problema pequeno problema econômico entre Estados Unidos e China. Não digo que nós vamos tirar proveito disso, o proveito disso cai naturalmente. Como se fosse pela manobra, nós tivéssemos um ganho nessa guerra comercial que ocorre no mundo todo", disse. 

Na segunda-feira, os chineses anunciaram a elevação para 25% nas tarifas de mais de 5,1 mil produtos importados dos Estados Unidos, no total de mais de US$ 60 bilhões. A medida, que passará a valer a partir de 1º de junho, foi uma retaliação da China à decisão dos EUA, na semana passada, de elevar de 10% para 25% as tarifas sobre produtos chineses, totalizando custos adicionais de US$ 200 bilhões sobre as transações comerciais. 

Agenda 

Jair Bolsonaro ainda participa nesta quarta-feira de um jantar com autoridades e políticos norte-americanos. Nesta quinta-feira, o presidente será homenageado como personalidade do ano pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em almoço organizado pelo World Affairs Council de Dallas/Fort Worth, que contará com a presença de 120 empresários do país. 

Anteriormente, essa homenagem seria entregue em evento na cidade de Nova Iorque, mas o governo brasileiro cancelou a agenda na cidade após críticas do prefeito nova-iorquino, Bill de Blasio, à visita de Bolsonaro. 

Ainda na quinta-feira, o presidente brasileiro concederá uma entrevista ao World Affairs Council de Dallas/Fort Worth e termina o dia fazendo uma transmissão ao vivo em sua página no Facebook. O embarque de volta será na noite de quinta. A previsão é que a comitiva presidencial desembarque de volta em solo brasileiro na manhã de sexta-feira.


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