Câmara de Canoas suspende empréstimos e aguarda dados do MP para abrir CPI

Câmara de Canoas suspende empréstimos e aguarda dados do MP para abrir CPI

Três vereadores, um deles detido, foram alvos de investigação por suposta extorsão de servidores

Lucas Rivas/Rádio Guaíba

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Vereadores de Canoas decidiram não abrir, agora, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a arrecadação de dinheiro de parlamentares junto aos funcionários de gabinete. A decisão foi tomada após reunião emergencial, na tarde desta terça-feira, um dia após a ação do Ministério Público (MP) que terminou com a prisão temporária do parlamentar Celso Jancke (PP). Segundo o MP, ele exigia parte dos salários dos contratados em Cargos de Confiança (CC).

A decisão foi unânime entre os 15 vereadores presentes. O Legislativo decidiu, porém, suspender temporariamente os empréstimos consignados para os assessores parlamentares. Além disso, a Procuradoria da Casa vai solicitar ao MP cópias do expediente para analisar o teor e os motivos da operação realizada na segunda-feira.

O presidente da Câmara de Canoas, vereador Ivo da Silva Lech (PMDB), salientou, porém, que os parlamentares manifestaram interesse em abrir uma CPI, caso se comprovem as irregularidades. Para dar início à investigação, 1/3 dos parlamentares, ou seja, sete deles, devem votar a favor.

Conforme o MP, mais vereadores de Canoas podem estar envolvidos no esquema de extorsão. Cerca de 20 pessoas, entre assessores e ex-assessores, devem ser ouvidas pelo promotor Flávio Duarte entre terça e quinta-feira.

Nessa segunda-feira, o MP cumpriu sete mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária relativos aos crimes de concussão e lavagem de dinheiro envolvendo três vereadores. O ex-chefe de gabinete do vereador Dr. Pompeu (PTB), Cleber da Silva Britto, e um comparsa do vereador Celso Jancke, Cláudio Roberto Saldanha, foram presos em flagrante por porte ilegal de armas e munição. Eles também são suspeitos de arrecadar o dinheiro junto aos funcionários de gabinete.

Conforme as investigações, realizadas pelo promotor Flávio Duarte, os vereadores Jancke, Dr. Pompeu e Francisco da Mensagem, exigiam parte dos salários dos funcionários com Cargo de Confiança (CC). No caso de Jancke, eles ainda eram obrigados a contrair empréstimos consignados, entre R$ 40 mil e R$ 70 mil, valor que era todo entregue ao vereador, em mãos. Os outros dois parlamentares não tiveram prisão temporária solicitada porque, segundo o promotor, cometeram infrações de menor gravidade.

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