Câmara de Porto Alegre rejeita aumento de salário do prefeito, vice, secretários e vereadores

Câmara de Porto Alegre rejeita aumento de salário do prefeito, vice, secretários e vereadores

Proposta gerou embates dentro do plenário e votação foi decidida no desempate

Correio do Povo

publicidade

Na contramão das decisões em âmbito estadual e nacional que aumentaram de salários, a Câmara de Porto Alegre rejeitou a proposta que elevava em 87% o subsídio do prefeito, vice e secretários para a próxima legislatura. A medida previa que o próximo gestor da Capital recebesse  R$ 36,4 mil mensais, enquanto que vice e secretários passariam a ganhar R$ 19,5 mil.

O texto visava ainda um pagamento de um 13º e a correção anual dos valores conforme a inflação. Com isso, os valores se mantêm aos atuais R$ 19.4 mil para prefeito e R$ 12,9 mil para vice e secretários. A votação terminou em empate, com 17 votos favoráveis e 17 contrários, cabendo ao vereador Cassiá Carpes (PP), presidente em exercício, desempatar. 

Na proposta original ainda foi adicionada uma emenda, que previa um aumento na remuneração dos vereadores, atualmente em R$ 16.729,24. O texto foi aprovado, mas caiu em função da rejeição da proposta original. Em maio deste ano, a Mesa Diretora aprovou uma elevação de 14,79% nos seus salários.

Proposta gerou embates

Para os vereadores favoráveis, a medida buscava para garantir bons nomes e uma boa qualificação para quem irá gerir a cidade. "O prefeito (Sebastião) Melo trabalha com um orçamento de R$ 10 bilhões anual e recebe R$ 19 mil reais, isso está errado. Temos que ter consciência disso", disse a vereadora Claudia Araújo (PSD). "Nós não estamos pedindo nada ilegal. [...] Não é isso que vai mudar a vida da Mariazinha, o que vai mudar a vida da Mariazinha é políticas públicas e é por isso que a gente é eleito", complementou. Elogiaram, ainda, a Assembleia Legislativa pela "coragem" no aumento do salários do governador, vice, secretários e deputados.

Em contraponto, os parlamentares independentes e de oposição criticaram a medida por não estar em consonância com o orçamento da cidade, pelo alto valor do reajuste e ausência de medidas para os servidores. "Eu sou contrária porque Porto Alegre está com uma redução de arrecadação. Porto Alegre está com 59 mil pessoas vivendo com menos de 80 reais por mês. Porque Porto Alegre está há quatro anos sem corrigir a inflação dos servidores públicos", reiterou Mari Pimentel (Novo). 

O vereador Roberto Robaina (PSol) destacou o momento inoportuno da discussão. "A Câmara não quer pautar (assunto de aumento de salários) em ano de eleição porque sabe que esse assunto é um assunto que irrita a população. E com razão. Porque essa Câmara não está fazendo nada a serviço do povo".


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895